//Calçado: Falta de mão-de-obra e custo das matérias-primas preocupam industriais 

Calçado: Falta de mão-de-obra e custo das matérias-primas preocupam industriais 

O primeiro semestre foi extremamente positivo e permitiu ultrapassar o melhor ano de sempre das exportações de calçado, o de 2017, mas julho já trouxe nuvens no horizonte. Não admira, as entregas realizadas no primeiro semestre são maioritariamente encomendas feitas no arranque do ano, ainda antes do início da guerra na Ucrânia. Falta saber como é que os mercados vão reagir agora, com as empresas a apresentarem as suas coleções para a primavera-verão de 2023, à incerteza gerada pelo conflito, mas também pelo disparar das taxas de juro e da inflação. Com menor poder de compra, é de esperar que o boom de consumo que se seguiu ao abrandar da pandemia possa, agora, esfriar .

José Pontes, da vimaranense Cruz de Pedra, disse ao ministro da Economia, que visitou as 41 empresas portuguesas na feira da Micam, em Milão, que o ano “tem estado a correr bem” e que as expectativas “têm sido boas”. No entanto, este responsável, que dá emprego a 80 trabalhadores e que faturou, em 2021, sete milhões de euros, um valor ainda abaixo do período pré-pandemia, reconhece que o setor se debate com “algumas dificuldades”, como a falta de mão-de-obra ou o aumento dos custos das matérias-primas. “Tem sido uma incerteza muito grande ao nível dos preços”, disse ao governante.