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Será conhecido, nas próximas semanas o calendário dos leilões energéticos para o próximo ano. A garantia foi dada pelo ministro do Ambiente e Alteração Climática, Duarte Cordeiro, na inauguração da Central Solar Flutuante do Alqueva, onde também esteve presente o primeiro-ministro António Costa
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O governante dava assim resposta ao pedido feito pelo CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, que no seu discurso de abertura pediu claramente a marcação das datas dos leilões, para permitir às empresas alinhar as suas agendas. “Se pudéssemos prever nos próximos anos quando vão haver leilões, as empresas podiam alocar melhor os recursos”, afirmou.
“É preciso mobilizar muito investimento nos próximos anos, que é quando tomamos as nossas decisões. São investimentos a 30 anos e queremos ter a certeza que sabemos as regras do jogo e com o que podemos contar. Depois faremos as nossas contas. Essa previsibilidade e essa estabilidade, seja do ponto de vista regulatório, legislativo e fiscal é fundamental”, explicou no final da cerimónia de inauguração.
No entanto não deixou de achar uma boa notícia a indicação do ministro, que considerou ajudar um pouco, na organização da EDP.
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Ainda durante a inauguração, Miguel Stilwell d’Andrade, aproveitou para louvar o trabalho que Portugal tem vindo a fazer na área das energias renováveis, embora peça regras estáveis nos concursos de forma a garantir a estabilidade das empresas.
Por seu turno, António Costa, louvou o projeto e o facto de Portugal estar avançado na transição para as energias renováveis. E, frisou, que se os outros países europeus tivessem feito aposta semelhante, “não continuariam a financiar o senhor Putin”, ao comprar gás da Rússia.
Congratulando-se com a escolha portuguesa, de ter começado atempadamente a trabalhar nesta transição, considerou que esta é melhor para os contribuintes portugueses, uma vez que o preço da eletricidade “está a baixar em Portugal”, ao contrário de outras energias.
O primeiro-ministro recordou que aqueles que mudaram para o mercado regulado tiveram “uma redução de 3,7% do preço que paga de eletricidade mensalmente”. E tudo porque 60% da eletricidade que se consome provém de energias renováveis.
António Costa declarou, no entanto, que os portugueses estão a pagar mais no gasóleo e na gasolina, apesar das medidas tomadas pelo Governo.
Simplex
O Simplex 2022 vai ser aprovado na próxima semana, disse o primeiro-ministro. E com ele vêm medidas sobre o licenciamento ambiental.
Medidas estas que são a “única forma de reequilibrar e consumir menos gás e menos petróleo e sermos um país exportador da energia que podemos produzir”, afirmou Costa, considerando que “a transição para novas fontes de energia é absolutamente essencial”, sendo essas fontes as renováveis.
Também o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro declarou que será apresentado, na próxima semana “um pacote de licenciamento em que vamos agilizar processos de transição, seja no solar, seja na água para reutilização e também licenciamento ao nível municipal”.
Maior parque solar flutuante em albufeira de barragem da Europa
A Central Solar do Alqueva – um projeto da EDP – é o maior parque solar flutuante em albufeira de barragem da Europa e pioneiro a nível europeu no desenvolvimento da tecnologia de solar flutuante.
Esta central solar é constituída por 12 mil painéis voltaicos, resulta de um investimento de seis milhões de euros, e pretende contribuir para diminuir a dependência energética de outras fontes e acelerar o projeto de descarbonização. Como explica a EDP, está em linha com a sua estratégia de ser 100% verde até 2030 e de aumentar o investimento em projetos de inovação e de renováveis. No total, esta plataforma ocupa quatro hectares, o equivalente a cerca de 0,016% do espaço total da albufeira do Alqueva.
Esta central terá uma potência de cinco megawatts (MW), devendo produzir cerca de 7,5 gigawatt-hora, por ano. Quando estiver em funcionamento deverá abastecer 30% das famílias de Portel e Moura, o que corresponde, sensivelmente, a 1500 núcleos, compostos, em média por quatro pessoas.
Pela primeira vez um parque solar deste género está a testar uma solução para flutuadores (produzidos pela espanhola Isigenere) que incluem compósitos de cortiça. Esta inovação nasce de uma parceria da elétrica portuguesa com a Corticeira Amorim
A EDP prevê, ainda, que no segundo semestre deste ano sejam instaladas baterias com uma capacidade de armazenamento de cerca de 2MWh, no solar flutuante do Alqueva.
Já em 2016 a EDP levou a cabo o projeto-piloto no Alto Rabagão, inédito em Portugal e que começou a explorar o conceito de hibridização. Este projeto-piloto, teve como objetivo testar a tecnologia solar flutuante nas condições mais adversas de instalação numa grande albufeira de um aproveitamento hidroelétrico, com elevada profundidade e variação do plano de água e com ligação à rede elétrica aproveitando a infraestrutura existente.
Noticia atualizada às 15.18 horas
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