O presidente da Confederação do Turismo defendeu ainda que o turismo em Portugal está no “fim de ciclo mas um fim de ciclo de grande crescimento” e não entramos “num ciclo de quebra”.
Transportes, acessibilidades, recursos humanos e fiscalidade. Para a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) estes são três dos pontos na área do turismo que devem ser abordados durante a próxima legislatura e que foram vertidos num documento que a Confederação entregou ao governo e partidos.
“A primeira tem a ver com os transportes e acessibilidades. Foi mais do que falado [no caso] da Portela, do Montijo, dos problemas do investimento na ferrovia, do SEF que é algo que não pode acontecer e que o governo tem de atacar o quanto antes”, disse Francisco Calheiros, presidente da CTP, na cerimónia de encerramento do 45 Congresso da APAVT.
“A segunda tem a ver com os recursos humanos, que são o nosso maior ativo. Há que valorizar as profissões ligadas ao turismo e temos que ter mais qualificação e formação. E a terceira tem a ver com a fiscalidade. Não é mais possível continuarmos com este índice de fiscalidade. Há uma fadiga fiscal. Dedutibilidade do IVA nos MICE[congressos e eventos]” é um desses casos. “Não posso ter um evento em Vigo a custar menos 23% do que em Elvas”.
O caso da Madeira, onde decorre o congresso, também não foi esquecido. Francisco Calheiro recordou que o destino “foi infelizmente a única região a registar quebras em 2019. É um destino periférico e [que sofreu] com várias falências de companhias aéreas. A falência da Thomas Cook que veio fazer quase a tempestade perfeita. Para não falarmos do problema dos ventos da Madeira, [relativamente à qual] temos de fazer uma análise muito séria e profunda porque para um destino como a Madeira esta questão dos ventos é vital”.
O responsável apontou ainda que a evolução da atividade turística em Portugal neste ano de 2019 foi “boa”. “Estamos em fim de ciclo, mas um fim de ciclo de grande crescimento. Não entramos num ciclo de quebra; estamos num ciclo de crescimento, o que é positivo. Depois de estarmos bastantes anos a crescer a dois dígitos, é perfeitamente normal estarmos a fazer um ciclo em que estamos a crescer a um dígito”.
* Jornalista na Madeira a convite da APAVT
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