Partilhareste artigo
Carlos Costa, ex-governador do Banco de Portugal, rejeitou esta segunda-feira as críticas feitos pelo chamado relatório Costa Pinto sobre a atuação do supervisor no Banco Espírito Santo (BES) e criticou a forma como documento foi feito.
Costa considerou que as conclusões do relatório são “deslocadas” e negou que tivesse demorado a agir no BES. Também recusou que tivesse conduzido o processo que levou ao afastamento de Ricardo Salgado da liderança do BES só por cartas.
“Se o Dr. Costa Pinto (coordenador do relatório) tivesse tido o cuidado de falar comigo, saberia que com o Dr. Salgado tive seguramente 15 reuniões”, disse Carlos Costa na sua audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
Salientou que o afastamento de Salgado e da família Espírito Santo do grupo resultou de “reuniões presenciais”.
Subscrever newsletter
O antigo presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal, João Costa Pinto, coordenador do relatório ‘secreto’ sobre a atuação do Banco de Portugal no processo de resolução do BES, considerou, na sua audição nesta mesma Comissão, no dia 10 de março, que deveria ter havido uma intervenção “mais enérgica e mais cedo” no grupo por parte do supervisor.
Para Costa Pinto, teria de se ter evitado que o BES se tornasse “um risco sistémico” para o sistema financeiro português com uma intervenção “mais enérgica”. Mas para este tipo de intervenção “ser conduzida tinha que ter uma componente política”.
Costa Pinto salientou que este facto não isenta de responsabilidades o Banco de Portugal na queda do BES.
O relatório ‘secreto’ sobre a atuação do supervisor no BES esteve durante anos escondido do público. Carlos Costa justificou que “o relatório é um documento interno” do supervisor e que “tem natureza confidencial”.
Deixe um comentário