//Carlos Ghosn pode sair em liberdade mediante fiança

Carlos Ghosn pode sair em liberdade mediante fiança

Detido desde novembro, Carlos Ghosn, antigo líder da Aliança Renault Nissan, pode sair agora em liberdade mediante o pagamento de uma fiança. Os advogados de Ghosn chegaram a acordo com as autoridades judiciárias de Tóquio (Japão) e o gestor poderá sair assim em liberdade se pagar uma fiança no valor de mil milhões de ienes, cerca de 7,8 milhões de euros, avança o jornal espanhol Expansión. Contudo, não é ainda claro quando é que o antigo líder da Nissan vai ser libertado.

Carlos Ghosn foi detido no Japão por fraude fiscal. O executivo alegadamente terá falsificado relatórios financeiros que não reportavam cerca de 5 bilhões de ienes (38 milhões de euros) que deveria receber ao longo de cinco anos, até 2015, acordados com a Nissan.

Ghosn queixa-se de “traição”

Traição e conspiração. É desta forma que Carlos Ghosn, o ex-presidente do conselho de administração da Renault e da Nissan – empresa que afastou o gestor da liderança em novembro -, explica as acusações pelas autoridades japonesas e o facto de estar detido em Tóquio. Em entrevista às agências Nikkei e AFP no final de janeiro, Ghosn alegava que havia bastante oposição ao plano para reforçar a aliança entre Renault, Mitsubishi e Nissan. “É um caso de traição, sem dúvida. E há várias razões para isso: havia muita oposição e ansiedade em relação ao plano para juntar as três empresas”, refere o gestor brasileiro.

Ghosn explicava que pretendia “criar uma holding que controlasse as três marcas e tivesse todas as ações desses grupos, respeitando a sua autonomia. Mas este sistema teria de ser basear num desempenho forte de cada empresa”.

Atualmente, a Renault, Nissan e Mitsubishi estão debaixo de uma aliança, com participações acionistas cruzadas. A Renault e a Nissan são detidas em 50%, cada uma, pela holding Renault-Nissan; só que a marca francesa tem 43,4% da Nissan; os japoneses têm apenas 15% da Renault. 34% do capital da Mitsubishi está nas mãos da Nissan.

Carlos Ghosn abandonou a liderança da Renault em meados de janeiro de 2019. Sendo que, atualmente a liderança da Renault é bicéfala. As funções de presidente do conselho de administração e de líder executivo pertencem a pessoas diferentes. Jean-Dominique Senard é o novo presidente do conselho de administração e será o representante da marca nas conversas com os parceiros da Nissan e da Mitsubishi, ao abrigo da aliança que une as três empresas automóveis.

A presidência executiva será ocupada por Thierry Bolloré, que assumiu de forma interina o cargo em novembro depois da detenção de Carlos Ghosn, em novembro, no Japão. Este gestor francês vai coordenar as atividades operacionais da aliança com a Nissan e a Mitsubishi e terá de reportar diretamente ao conselho de administração da Renault.

Ver fonte