//Carros autónomos serão sobretudo para partilhas

Carros autónomos serão sobretudo para partilhas

No meio do combate à redução das emissões, o tema da condução autónoma tem passado mais despercebido. Nos bastidores, contudo, não param os avanços nesta tecnologia. O Dinheiro Vivo entrevistou Andrea Kollmorgen, a líder da Simulytic, uma empresa que construiu um simulador para analisar a segurança e o impacto dos veículos autónomos na circulação rodoviária. A especialista destaca que estes automóveis servirão sobretudo para o negócio da partilha.

“Não acredito que alguma vez um condutor venha a ser proprietário de um carro autónomo. A automatização vai aumentar o tempo médio de utilização de um veículo de 5% para 40% ou 50% diariamente. No resto do tempo, o carro será carregado ou reparado”, prevê a cofundadora da empresa que conta com os alemães da Siemens entre os investidores.

Os serviços de transporte com veículos autónomos farão parte de um ecossistema rodoviário em que cada vez mais estarão presentes peões, velocípedes e transportes públicos.

Como “grande entusiasta” da mobilidade partilhada, Andrea Kollmorgen acredita que será possível “começar a retirar carros das estradas” porque cada carro “irá transportar mais passageiros”, diminuindo a pegada das opções automóveis individuais.

Como o automóvel autónomo será muito utilizado dentro das cidades, a especialista afasta a possibilidade de deslocações de longa distância com esse veículo. “Não teremos um Berlim-Munique ou Madrid-Paris nestes carros, que terão de voltar rapidamente à base”.

A entrevista com a líder da Simulytic decorreu logo a seguir a um workshop na última Web Summit. Durante a sessão, Andrea Kollmorgen destacou que um carro autónomo terá de ser constantemente atualizado, como se fosse um telemóvel.