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Afinal há boas notícias no rescaldo dos primeiros meses de 2023, um período que tem sido marcado por despedimentos em massa, contração do consumo e mercado publicitário, e incerteza económica generalizada. Mas a Alphabet, casa-mãe da Google, demonstrou que o núcleo duro do seu negócio é resiliente e surpreendeu o mercado pela positiva. A gigante de Mountain View superou as expectativas ao reportar hoje receitas de 69,7 mil milhões de dólares, acima do consenso dos analistas e uma subida de 3% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Os lucros líquidos contraíram 8,4% para 15,05 mil milhões de dólares, mas o lucro por ação acabou por ficar acima das baixas expectativas do mercado.
Isso levou os títulos da empresa a valorizarem mais de 5% nas trocas fora de horas, depois de terem encerrado a sessão a cair 2%.
“Estamos satisfeitos com o desempenho do nosso negócio no primeiro trimestre, com o motor de busca a ter boa performance e momento na cloud”, disse o CEO Sundar Pichai no relatório e na abertura da conferência com analistas que se seguiu à apresentação. O responsável frisou que a Google “introduziu atualizações de produto importantes ancoradas em ciência de computação profunda e Inteligência Artificial”, sendo que a IA foi um dos principais tópicos de discussão na conferência. “A nossa estrela do norte é fornecer as respostas mais úteis aos nossos utilizadores, e vemos enormes oportunidades à frente, continuando o nosso longo histórico de inovação.”
Um dos temas do momento é a utilização de IA em bots conversacionais como o ChatGPT, da OpenAI, que está a ser integrado nos produtos da rival Microsoft.
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Sundar Pichai considerou que este “é um momento entusiasmante” na indústria e lembrou que a Google vem usando IA na pesquisa há algum tempo.
A boa notícia para a empresa é que o negócio mostrou resiliência perante a instabilidade, como adjetivou a diretora financeira Ruth Porat. As receitas provenientes da publicidade, que compõem a maior fatia do bolo para a Alphabet, foram mais elevadas que o que os analistas esperavam.
O destaque foi para as receitas de anúncios no YouTube, que atingiram 6,69 mil milhões depois de vários trimestres em queda. Porat disse que houve “uma estabilização nos gastos publicitários” no site de partilha de vídeos. Já os anúncios no Google atingiram 54,55 mil milhões, acima dos 53,75 mil milhões que o mercado previa. Juntos, os dois segmentos de negócio representam quase 90% das receitas da empresa.
O outro segmento que melhorou foi o da Cloud, que pela primeira vez deu lucros. Cresceu 28% no trimestre, um ritmo mais acelerado que qualquer outra unidade de negócio da Alphabet neste momento.
“Continuamos empenhados em entregar crescimento de longo prazo e criar capacidade para investir nas nossas áreas de crescimento mais atrativas, ao reestruturar a nossa base de custos”, disse Porat. A Alphabet anunciou o corte de 12 mil funcionários em janeiro.
A diretora financeira avisou ainda para os “ventos contrários” que continuam a soprar e disse que o cenário futuro “continua incerto.”
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