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“O que é ter pinta? Ter pinta não se explica, é algo que se tem ou não se tem, é algo que se vê e sente.” E há casas com pinta? Há. “Têm é de estar bem localizadas, têm de ter qualidade construtiva e/ou potencial de reabilitação, têm de ter carisma”. E nem sequer é obrigatório que sejam de um segmento premium/luxo” – ter pinta “não tem nada que ver com o valor das casas, mas com as suas características e localização”.
É desta forma clara e direta que Joana Petronilho define a sua mais recente aposta no setor imobiliário, o portal Casas com Pinta, que surgiu em tempos de plena pandemia para promover um segmento de imóveis específico e estabelecer alguma ordem na “balbúrdia” da promoção no país.
A experiência de Joana Petronilho que, desde 2016 trabalha na área da mediação, permitiu-lhe verificar que, na generalidade, as agências e plataformas imobiliárias anunciam as mesmas casas. E isso sucede devido à inexistência de exclusividade na venda, acabando por serem promovidas com informações e preços diferentes nos vários suportes do mercado, frisa. Como sublinha, esta vozearia “tem pouco interesse, não só para quem procura comprar um imóvel, que perde tempo na pesquisa, mas também para quem promove, que está constantemente a lutar por uma posição do seu anúncio, e mesmo para os proprietários que veem as suas casas a serem expostas vezes sem conta”. E é neste contexto que nasce o Casas com Pinta, uma plataforma para controlar esta “balbúrdia” e dar alguma ordem ao mercado.
O modelo de negócio assenta em três pilares: objetividade, exclusividade e transparência.
O portal assume-se como uma porta de promoção de imóveis com pinta, sem anúncios repetidos, e destinado às agências imobiliárias. O Casas com Pinta “não vende diretamente ao potencial comprador”, sublinha. Os operadores imobiliários têm acesso a um CRM (software de gestão de clientes) para inserirem os seus imóveis que, após validação pela equipa do Casas com Pinta, são lançados online no portal. Mas nesta plataforma só entram casas “que fazem realmente a diferença”. Como sublinha, “num mercado cada vez mais concorrido e confuso, Casas com Pinta é um portal seletivo que filtra rigorosamente a sua oferta”.
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Neste momento, a plataforma está focada nos territórios de Lisboa e Cascais, embora já promova imóveis de outras cidades, até porque o objetivo é expandir a sua ação a todo o país, sempre com base no mesmo conceito e fiel à marca, frisa a responsável.
Em promoção tem atualmente cerca de 500 imóveis, a grande maioria na região da capital, mas também alguns no Porto, Alentejo e Algarve. E mais estão a aguardar, já que há várias agências a preparem a sua entrada, adianta. Na carteira do portal, há apartamentos para venda com preços entre os 215 mil euros e os cinco milhões, moradias entre os 380 mil e os 12 milhões, e também imóveis para arrendar, desde 900 euros até aos 15 mil. Tudo com a garantia Casas com Pinta.
Esta não é a primeira investida que Joana Petronilho enceta para reorganizar o setor. Já em 2016, criou a Rehab, uma empresa que juntou a mediação e a arquitetura para dar resposta a uma necessidade que identificou quando quis vender a casa dos avós. “Era uma casa que precisava de reabilitação total e estava em várias agências. Aparecia em vários portais imobiliários, repetidas vezes e com informações e preços diferentes! Estava há três anos no mercado”, conta. O processo fê-la concluir que “essa não era a forma correta de vender” a moradia.
Arregaçou as mangas e avançou com um projeto de arquitetura, na fase de estudo prévio, que permitisse visualizar a solução proposta, bem como uma estimativa de custo associada à obra. Apostou então numa open house diária para apresentar o projeto aos interessados, enquanto passeavam pela casa. “Ao fim de 15 dias, recebi duas propostas”, lembra. Fechou negócio com o primeiro cliente, mas não deixou os outros sem solução, que acabaram por comprar a casa ao lado, também desenhada e construída pelo avô. Ganha a experiência e o conhecimento dos anseios do mercado, lançou a Rehab.
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