//Centeno defende adiamento do debate dos ‘coronabonds’ para depois da crise

Centeno defende adiamento do debate dos ‘coronabonds’ para depois da crise

“Elaborámos três medidas de proteção para os orçamentos, para as empresas e para os trabalhadores”, diz o presidente do Eurogrupo, referindo que as três reformas são uma rede de segurança de cerca de 500 mil milhões de euros.

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, defendeu, este sábado, o adiamento do debate sobre os ‘coronabonds’ para depois da crise e a concentração nas medidas em que haja consenso, numa entrevista a meios europeus.

“Sairemos desta crise com uma dívida mais alta para todos os Estados. É decisivo que essas dívidas não sejam um obstáculo para que os Estados assumam novas dívidas”, afirmou Centeno na entrevista ao jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e a outros meios europeus.

“Para isto precisamos de prazos longos e juros baixos. Um caminho para reduzir a carga da crise seria a emissão de títulos de dívida comum [os chamados ‘coronabonds’]. Poderiam ser limitados no tempo, como contempla a proposta francesa”, adiantou.

Contudo, de momento Centeno propõe concentração nas medidas em que há consenso e nas que se pode chegar a um acordo na reunião do Eurogrupo na próxima terça-feira.

“Vejo um grande apoio para um novo pacote em defesa da zona euro e de toda a Europa. Elaborámos três medidas de proteção para os orçamentos, para as empresas e para os trabalhadores”, disse, referindo que as três reformas são uma rede de segurança de cerca de 500 mil milhões de euros.

Centeno referia-se ao plano de linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para Estados com problemas, aos créditos do Banco Europeu de Investimento (BEI) para empresas e aos apoios para programas de suspensão de contratos de trabalho (‘lay-off’) apoiados pelo Estado, propostos pela Comissão e deixava de fora o tema dos “coronabonds”.

“Sempre lutarei por mais integração na Europa, mas o debate sobre títulos de dívida comum não deve pôr em perigo a nossa capacidade de chegar a um consenso sobre o pacote de urgência com as suas três medidas de proteção”, considerou Centeno quando foi questionado sobre o tema dos “eurobonds”.

“Continuaremos o debate”, adiantou.

A proposta francesa, segundo Centeno, aponta para a fase da reconstrução depois da pandemia e, disse, “seria eficaz”.

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