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“Sabia que, depois do Banco de Portugal, a Anacom é a maior entidade reguladora em Portugal, com cerca de 400 colaboradores, e uma das maiores entre as suas congéneres em toda a União Europeia? Ainda assim e de acordo com declarações públicas do seu Presidente, nos próximos anos a Anacom projeta aumentar os seus quadros para mais de 420 pessoas!”. Quem é o diz é Alexandre Fonseca, CEO da Altice, em publicações no seu mural pessoal no Facebook e no LinkedIn.
Publicações surgem numa altura em que operadores avançaram com ações contra a Anacom na justiça portuguesa e em Bruxelas por causa do regulamento do leilão do 5G que consideram discriminatório para os operadores já no mercado em relação a potenciais novos entrantes. O leilão, que já arrancou para novos entrantes, retoma a 4 de janeiro.
O gestor da dona da Meo diz que irá relatar o que classifica de “curiosidades” sobre “a regulação do sector das comunicações em Portugal e sobre a Anacom”.
“Nos próximos dias irei partilhar convosco algumas “pérolas” da mecânica regulatória das Telecomunicações, que neste momento está a destruir o sector e os operadores que nas últimas décadas investiram no país e criaram aquele que é reconhecido (ainda) como um dos melhores ecossistemas de Comunicações na Europa, em termos de Qualidade, Inovação e Competitividade”, avisava Alexandre Fonseca.
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“São factos, objectivos e pragmáticos que evidenciam a forma como a Regulação (não) funciona, como está ausente de escrutínio e como a vontade e convicções de uma só pessoa, sem qualquer razoabilidade, equilíbrio institucional ou enquadramento, podem pôr em causa Investimento, Emprego e a Economia como um todo. Uma regulação selvagem e descontrolada, que não regula e que se esconde nos meandros das idiossincrasias e das “letras pequenas” dos seus estatutos, que permitem situações como aquelas que vos irei descrever nos próximos dias…para reflexão!”, diz ainda.
O primeiro “facto” surgiu ontem e incide sobre o aumento do número de colaboradores do regulador, de 400 para 420, numa instituição que, diz o CEO, é “uma das maiores entre as suas congéneres em toda a União Europeia”. “O Banco de Portugal é a instituição de onde, curiosamente, o actual Presidente da Anacom é oriundo, justificando a evidente e já criticada falta de experiência ou conhecimento no Sector que regula há mais de três anos”, atira ainda Alexandre Fonseca.
Sabia que, depois do Banco de Portugal, a ANACOM é a maior entidade reguladora em Portugal, com cerca de 400…
Publicado por Alexandre Fonseca em Terça-feira, 29 de dezembro de 2020
Alexandre Fonseca critica ainda o facto de a Anacom pagar os custos de processos judiciais com as taxas de regulação pagas pelos operadores. Taxas que, anualmente, representam custos anuais de cerca de 34 milhões de euros. “Mais de um terço do valor pago pelos operadores com a Taxa de Regulação (11,5 Milhões de Euros) é para cobrir as provisões da Anacom relativas a processos judiciais, dos próprios”, diz.
“Esta situação resulta que, quanto mais os operadores contestarem judicialmente a ANACOM, mais pagam na forma de Taxa de Regulação, numa quase “censura” a impugnações judiciais. Ou seja, na prática, sempre que um operador tenta contestar judicialmente uma má/ilegal decisão regulatória da Anacom, acaba por pagar via Taxa de Regulação os custos da própria Anacom nesse processo, sendo portanto uma situação que desincentiva os regulados a contestar judicialmente as decisões do seu regulador, pois esse facto apenas aumenta os seus custos com Taxas Regulatórias, mesmo que em Tribunal lhes seja dada razão pela contestação”, acusa.
Sabia que os custos que a ANACOM tem com processos judiciais iniciados pelos seus regulados são suportados pelos…
Publicado por Alexandre Fonseca em Quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
A Meo, recorde-se, avançou, à semelhança do que fez a NOS e a Vodafone, com ações contra a Anacom relativamente ao leilão do 5G, tendo a operadora inclusive feito duas queixas em Bruxelas. Operadoras consideram que o regulamento é discriminatório para os operadores já no mercado, na medida em que impõe condições de cobertura distintas, bem como de investimento, na medida em que os operadores com rede terão de dar acesso, através de roaming nacional, aos novos entrantes à sua infraestrutura.
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