//CEO da TAP: Toda a administração “arregaçou as mangas” para trabalhar na recuperação da empresa

CEO da TAP: Toda a administração “arregaçou as mangas” para trabalhar na recuperação da empresa

A TAP pode contribuir com mais de 10 mil milhões de euros para o produto interno bruto (PIB) português até 2030. A conclusão é de um estudo realizado no início deste ano e citado por Christine Ourmières-Widener, presidente executiva da TAP (CEO), durante uma audição no âmbito da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença COVID-19 e do processo de recuperação económica e social. A gestora francesa garante também que toda a nova administração da empresa – que entrou em funções em finais de junho – está empenhada em trabalhar na recuperação da transportadora aérea. O plano de reestruturação, enviado em dezembro, à Comissão Europeia continua a ser objeto de análise por Bruxelas.

“Antes da crise da covid-19, a TAP contribuía de forma significativa para o desenvolvimento do setor do turismo, que representava até 12% do PIB português. A TAP é uma das maiores exportadoras nacionais, com uma percentagem significativa das suas vendas a clientes estrangeiros. Ao mesmo tempo, substituiu as compras a companhias aéreas estrangeiras contribuindo para a redução do défice da balança comercial portuguesa”, disse a gestora francesa durante a sua intervenção inicial.

“Acresce que, no início deste ano, a TAP procedeu a uma análise do seu impacto na economia portuguesa face ao cenário de que a TAP não teria recebido qualquer apoio. Neste estudo, foi identificado que se espera que a TAP contribua com mais de 10 mil milhões de euros para o PIB português até 2030”, indicou ainda.

Durante a sua intervenção, a presidente executiva da companhia sublinhou que a empresa tem também relevância para as famílias portuguesas. “No final de 2019, a TAP contava com cerca de 10.600 trabalhadores, pagava mais de 740 milhões de euros em vencimentos, e mais de 320 milhões de euros em impostos e contribuições. Se contabilizarmos o emprego indireto, posso assegurar que, antes da pandemia, mais de 100 mil famílias dependiam da atividade da TAP. E indiretamente a TAP gerou mais de 1500 milhões de euros em salários e mais de 1800 milhões de euros em impostos e contribuições. A TAP também comprou, em 2019, cerca de mil milhões de euros a mais de mil empresas nacionais”.

Christine Ourmières-Widener assegurou que “todos os membros da minha equipa já arregaçaram as mangas para trabalhar” na recuperação da transportadora aérea, que terminou o primeiro semestre com um resultado negativo – depois dos prejuízos históricos que registou em 2020.

Ainda assim, durante o seu discurso, salientou que “não estará longe da verdade a afirmação de que a TAP está no topo da lista das afetadas pela pandemia. Não é um problema exclusivo da TAP. É um problema que atinge todas as companhias aéreas a nível mundial”.