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Pedro Castro e Almeida respondia a questões dos jornalistas sobre a eventualidade de mais um imposto no setor, durante a conferência de imprensa de resultados semestrais da Santander Totta.
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“Em Espanha estão a querer introduzir um imposto, eu não sei se em Portugal vão retirar o imposto que já existe”, disse o presidente executivo do banco.
Pedro Castro e Almeida deu ainda o exemplo dos impostos que a banca paga em Portugal e que não existe “nada comparável na Europa”.
Ou seja “pagamos 21% de IRC, como pagam naturalmente todas as empresas, depois temos a derrama municipal que é 1,5% e isso é aplicável a todas as empresas”, disse.
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Depois, “por ter lucros acima de um determinado montante pagamos mais a derrama de 9% e pagamos a contribuição especial sobre a banca, que é um custo, não é um imposto (…) e mais ainda o adicional de solidariedade”, prosseguiu o gestor.
Portanto, “em termos de impostos para a banca em Portugal, a minha questão é: se calhar está na altura de o tirar”, defendeu.
“Hoje em dia vive-se muito de basta uma pessoa falar ou de pequenas minorias falarem e parece que esse é um grande assunto”, continuou, aludindo à questão de aplicar taxas.
Segundo Pedro Castro e Almeida, não lhe parece que haja vontade política “de 92% do parlamento” de avançar nesse sentido, pelo que é um tema que não traz grande preocupação.
“Acho que tem de haver aqui uma preocupação relativamente à banca: só uma banca rentável é que pode apoiar a economia”, defendeu.
“Temos de ter a preocupação de colocar a economia a crescer, se tivermos bancos com rentabilidade muito baixa”, os bancos não poderão apoiar a economia, apontando que isso acontece em países que “foram definhando” por não ter bancos rentáveis.
“Esta é uma grande preocupação que nós temos de ter aqui em Portugal”, defendeu.
Para o gestor, se forem somados os resultados dos cinco maiores bancos entre 2011 e 2021, estes foram “negativos neste período”, o que “demonstra bem” o “estado da economia portuguesa”.
O banco Santander Totta registou um resultado líquido de 241,3 milhões de euros no primeiro semestre, valor que compara com 81,4 milhões de euros no período homólogo de 2021, “valor que incorpora um encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros (líquidos de impostos)”, registado no primeiro trimestre do ano passado, “para fazer face ao plano de transformação em curso, com a otimizização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”.
O produto bancário atingiu os 612,9 milhões de euros, menos 14,5%, “em grande medida explicada pela evolução dos resultados em operações financeiras, que se reduziram em 94% face ao período homólogo, quando tinham atingido um valor muito elevado, fruto da gestão em carteira de títulos”, na medida em que as receitas recorrentes de natureza comercial registaram, no primeiro semestre, um aumento de 4%.
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