//CGD em “reflexão” sobre saída do maior banco de Cabo Verde

CGD em “reflexão” sobre saída do maior banco de Cabo Verde

O presidente do conselho executivo do Banco Comercial do Atlântico (BCA) afirmou à Lusa que está em curso uma “reflexão” na Caixa Geral de Depósitos sobre a saída da estrutura acionista daquele banco, o maior em Cabo Verde.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD), detida pelo Estado português, anunciou em 2019 um processo de venda da participação no BCA, no âmbito do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia, optando por ficar no mercado cabo-verdiano apenas com o Banco Interatlântico, mas a pandemia de covid-19 acabou por condicionar todo o processo, que não avançou.

“Até o resultado da conjuntura que vivemos acabou por não ter o nível de procura que se esperava e, portanto, a Caixa entendeu suspender o processo e neste momento ele está a ser objeto de reflexão interna para decisões futuras, em articulação também com o acionista Estado, português”, afirmou à Lusa, na Praia, Francisco Santos Silva, presidente do conselho executivo do BCA.

Esta venda da participação no BCA, que no total ultrapassa um peso de 59%, estava prevista no plano estratégico da CGD para 2017-2020, no âmbito do então plano de restruturação do grupo estatal português, que foi dado como concluído pela Direção Geral da Concorrência da Comissão Europeia em 2021, sem a saída da Caixa daquele banco.

“A presença nestes países também tem uma componente geoestratégica e política em que obviamente o Estado tem uma palavra a dizer”, acrescentou o presidente do conselho executivo do maior banco cabo-verdiano.

“De qualquer modo, a gestão do banco está a trabalhar independentemente das intenções dos acionistas para criar as condições para que o banco seja cada vez mais sustentável e continue a ser um banco de referência em Cabo Verde”, disse ainda.