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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a estudar várias soluções para apoiar os clientes com dificuldades em pagar o crédito à habitação, revelou esta quinta-feira o presidente executivo do banco, Paulo Macedo, durante a conferência de imprensa para apresentação dos resultados do primeiro trimestre. Em cima da mesa está a possibilidade de bonificação dos juros para clientes que ainda não estejam em incumprimento e a fixação da prestação para os que já estão “marcados”.
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Até ao momento, a instituição financeira terá reestruturado 8064 empréstimos para compra de casa, por iniciativa própria, e 900 ao abrigo do novo regime PARI, representando esta soma “menos de 3% da carteira com crédito à habitação”. Ainda que os contratos indexados à Euribor de três e seis meses já tenham visto as taxas renovadas, a 12 ainda não. Assim, e prevendo o aumento do número de famílias afetadas pela subida das taxas de juro nos próximos meses, o líder do banco público garantiu: “Alguma coisa vamos fazer.”
Neste sentido, o banco admite estar a pensar em soluções distintas. Para os clientes em incumprimento, uma vez que já estão marcados, “uma das hipóteses será ver qual a prestação que a família pagava no primeiro semestre do ano passado” e fixar a mensalidade nesse valor durante 18 meses e transferir o diferencial para o final do período do contrato.
No caso das famílias que ainda estão a cumprir, “poderíamos dar algum tipo de apoio, numa versão complementar como o juro bonificado”, aprovado já pelo governo de António Costa e que poderá começar a ser solicitado pelos mutualistas a partir do final deste mês. Em causa, esclareceu o presidente executivo, está a possibilidade de ser a própria Caixa Geral de Depósitos “a complementar esse juro”. Segundo Paulo Macedo, as soluções estão ainda em “fase embrionária” e só quando for conhecido o universo de clientes elegíveis é que a instituição tomará decisões. “Mas parece-nos que não vão ser tantas pessoas como se pensava”, notou.
À semelhança do sucedido nos restantes bancos a operar no País, a carteira de crédito à habitação da CGD conheceu um decréscimo no primeiro trimestre do ano, totalizando 52,7 mil milhões de euros no final de março. E a tendência deverá manter-se daqui em diante.
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Questionado pelos jornalistas sobre a procura por taxa fixa, o CEO avançou que tem aumentado e que a instituição tem hoje “mais taxa fixa do que tinha, sobretudo no crédito novo”. Embora a maior parte da carteira tenha taxa variável, “a maior preferência dos clientes é que seja mista”, isto é, fixa nos primeiros dois anos e variável a partir desse período.
Mas não só do lado do crédito se fizeram as perdas. Os depósitos de clientes nacionais diminuíram 339 milhões de euros face ao período homólogo, perfazendo 80 mil milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. Quanto às saídas, o administrador financeiro, Francisco Cary, confessou que “parte relevante foi para a amortização antecipada do crédito à habitação”, que, desde março de 2022, somou na globalidade 600 milhões de euros.
Já Paulo Macedo não hesitou em apontar o dedo aos Certificados de Aforro (CA): “O que aconteceu foram os produtos alternativos. As pessoas desviaram milhares de milhões de um dia para o outro”. De recordar que os CA captaram, em média, 117,9 milhões de euros por dia no primeiro trimestre de 2023.
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