//Chairman da ANA: “Não antevejo que antes de 2035 ou 2040 possamos” ter novo aeroporto

Chairman da ANA: “Não antevejo que antes de 2035 ou 2040 possamos” ter novo aeroporto

O chairman da ANA – Aeroportos de Portugal admite que uma nova infraestrutura aeroportuária que sirva a região de Lisboa pode demorar mais quase 20 anos. José Luís Arnaut, chairman da ANA- Aeroportos de Portugal, diz ainda que a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), que vai estudar as opções para aumentar a capacidade aeroportuária da região da capital e que ainda não arrancou, poderá ser conhecida no final da legislatura ou, eventualmente, depois.

“Uma nova infraestrutura é necessária e torna-se urgente. Tínhamos um crescimento do turismo que duplicamos desde a conceção”, sinalizou Arnaut durante a sua intervenção na conferência da Confederação do Turismo de Portugal. O aeroporto de Lisboa ultrapassou os 31 milhões de passageiros em 2019. Devido à pandemia, o tráfego aéreo sofreu uma forte queda e estará agora “praticamente a 54% desse valor”, ou seja de 2019, o que são, diz, “sinais de encorajamento de que a situação pode vir a recuperar”.

“Há uma realidade: o aeroporto Humberto Delgado tem restrições de capacidade, em terra e no ar, além de que a infraestrutura precisa de modernização e de atualização; de ter uma permanente melhor utilização. Estávamos com um projeto que tínhamos assinado no dia 6 de janeiro de 2019 com o governo de concretizar o novo aeroporto complementar no Montijo que permitia além dos 31,8 milhões de passageiros em Lisboa – que poderiam crescer com as melhorias que iam ser feitas em Lisboa (..) – fazer o aeroporto complementar do Montijo. Houve uma Declaração de Impacte Ambiental e vivemos uma situação esquizofrénica: o mundo virado de pernas para o ar”, afirmou.

Afiançando que a Vinci “quer investir” na capital, o gestor diz que há “um conjunto de vicissitudes externas, digamos custos de contexto e constrangimentos de contexto, que não nos permitem avançar”.

“Temos agora por exigências políticas diversas, [ou seja] essa Avaliação Ambiental Estratégica. Essa avaliação, foi anunciada há nove meses, e ainda não foi lançado o caderno de encargos. Ainda nem começou o caderno de encargos. Teremos um concurso internacional, um conjunto de vicissitudes (…) não vamos ter o estudo [antes] do final desta legislatura. Que seja no final da legislatura [em 2023], vem um novo governo, terá de estudar o dossiê, tomar uma posição. Ou seja, não vamos antes de 2024 ou 2025” arrancar com a construção, referiu.

José Luís Arnaut, elencando que há três opções em aberto para o novo aeroporto, defendeu: “a que o governo assinou connosco, que é a mais rápida e mesmo assim são quatro anos. E já vamos para 2029. Se formos para fazer duas pistas no Montijo (…) vai ser muito mais: em vez de cinco serão 10 anos. Se ainda retomar-mos a situação de Alcochete ainda mais tempo será. Ou seja, não antevejo que antes de 2035 a 2040 possamos ter uma infraestrutura aeroportuária”.