//Chairman da TAP acusa governo de demissão por “conveniência político-partidária”

Chairman da TAP acusa governo de demissão por “conveniência político-partidária”

Quando assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração da TAP, em junho de 2021, ignorou as vozes que o alertavam para os riscos de aquela ser uma “empresa pública, politizada e mediática”. Mas, após um telefonema do ministro das Infraestruturas, João Galamba, no passado dia 6 de março, por volta das 10h, a informar sobre a sua destituição, Manuel Beja não tardou em sentir na pele o efeito da “conveniência político-partidária”, admitiu o chairman da companhia aérea, esta terça-feira presente no Parlamento para prestar esclarecimentos no âmbito da comissão de inquérito à TAP.

Em resposta à deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, o ainda administrador da transportadora confessou não ter sido consultado sobre a sua exoneração – ao contrário do sucedido com a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener -, tendo recebido a notícia através de um telefonema por parte daquele ministro, “sem qualquer referência” ao tema da justa causa, no mesmo dia da conferência de imprensa em que Fernando Medina anunciou ao país a sua demissão. Manuel Beja considerou a decisão do executivo “injustificada”, podendo apenas ter sido motivada pela “conveniência político-partidária”.