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O presidente do Chega, André Ventura, considera que fica por esclarecer qual a responsabilidade do governo e do administrador financeiro da TAP no processo de atribuição da indemnização à ex-secretária de Estado Alexandra Reis.
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Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, esta segunda-feira, após a conferência de imprensa do governo sobre o relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF), André Ventura defendeu que ficou por esclarecer “a responsabilidade direta do administrador financeiro, que é nomeado pelo ministro das Finanças” e a “responsabilidade do próprio executivo” neste caso.
“O governo aqui fica como que protegido, como se a única responsabilidade disto tivesse sido de Alexandra Reis ou do ‘chairman’, ou da própria TAP”, sustentou.
Para o dirigente do Chega, o Governo teve responsabilidades. “E é agora preciso perceber se João Leão [antigo ministro das Finanças] e outros, e o próprio Fernando Medina, não tiveram aqui responsabilidades e isso, o relatório para já não nos diz muito”, defendeu, insistindo na necessidade de “perceber qual a real responsabilidade do governo socialista nesta matéria”, sustentou.
Na ótica de Ventura, a exoneração do presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP foi a “demonstração cabal” de que o Chega “tinha razão”.
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“Era evidente e nós dissemo-lo desde o dia um, que a CEO da TAP não tinha condições para continuar e que isto estava a prejudicar gravemente o interesse nacional”, vincou.
Quanto à conclusão da Inspeção-Geral das Finanças de que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, e o pedido da devolução da indemnização que lhe foi atribuída, o presidente do Chega disse que “não era preciso um grande esforço jurídico” para chegar a esta conclusão, salientando que o parecer é “juridicamente irrepreensível”.
“Não era muito difícil concluir isto tendo em conta o estatuto que há do gestor público e o facto de Alexandra Reis ter saído de uma empresa pública para ir trabalhar para outra empresa pública e ter sido secretária de Estado, tudo num intervalo temporal muito curto”, disse.
Questionado sobre a escolha de Luís Silva Rodrigues, que atualmente lidera a SATA, para assumir os cargos de presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da TAP, Ventura reconheceu-lhe “capacidade técnica” mas questionou “se havia necessidade de afetar o funcionamento de outra empresa, também ela de capitais públicos, que é a SATA, para resolver o problema da TAP” ou se “esta é uma solução provisória”.
Na opinião de Ventura, na fase atual da companhia aérea, “não convinha ter lideranças provisórias, convinha uma liderança firme e estável”.
“Ora tudo leva a crer, pela forma como foi apresentado, e porque vai continuar com funções na SATA também, que o novo gestor da TAP vai ser apenas provisoriamente, até à escolha de um gestor a tempo inteiro e definitivo. E eu acho que isso é mau”, considerou.
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