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Um grupo de cidadãos lançou uma petição pública pela ligação direta entre as estações de Telheiras e de Carnide do Metropolitano de Lisboa, que conta atualmente com 3035 assinaturas, e tem o apoio de três juntas de freguesia.
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“Pela expansão da rede do Metropolitano de Lisboa de Telheiras a Carnide” é o título da petição criada pelo Movimento Metro Telheiras Carnide (MMTC), em março de 2022, estando ainda em processo de recolha de assinaturas, contando com o apoio dos autarcas destes territórios, sob a presidência de diferentes forças políticas, como da Junta de Freguesia da Encosta do Sol, na Amadora, presidida por Armando Paulino (PS).
Apoiam também a petição a Junta de Freguesia de Carnide, presidida por Fábio Sousa (PCP), e a Junta de Freguesia do Lumiar, liderada por Ricardo Mexia (PSD), assim como a Associação de Residentes de Telheiras (ART), segundo informação disponível no ‘site’ Petição Pública.
Os cidadãos signatários “exigem que seja suspenso o projeto da linha circular, bem como todos os procedimentos em curso para a sua concretização e que sejam utilizadas as verbas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) em vigor entre 2021 e 2027 para encetar com celeridade todos os procedimentos necessários para a ligação da linha verde (cujo término se efetua atualmente em Telheiras) à linha azul, algures no território ocupado pela Junta de Freguesia de Carnide”.
A linha circular do Metropolitano de Lisboa consiste no prolongamento das linhas amarela e verde com a ligação entre Rato e Cais do Sodré, prevendo a criação de um anel envolvente da zona central da cidade, com a abertura de duas novas estações: Estrela e Santos.
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A petição é dirigida ao presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, ao primeiro-ministro, António Costa (PS), ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), e à presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse (PS).
“Apesar de possuírem uma elevada densidade populacional, zonas da cidade como Telheiras, Parque dos Príncipes, Quinta dos Inglesinhos, Horta Nova e Bairro Padre Cruz continuam a gozar de uma oferta de transportes públicos manifestamente insuficiente e deficiente”, lê-se na petição.
Ao dia de hoje, o documento conta com 3.035 subscritores, estando ainda aquém das 7.500 assinaturas necessárias para ser apreciado em plenário da Assembleia da República, na sequência das alterações à lei do exercício do direito de petição, promulgadas em outubro de 2020 pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nomeadamente o aumento do número mínimo de signatários, que antes era de 4.000, inclusive a ideia era passar a 10.000, mas o chefe de Estado vetou essa primeira versão.
Nos considerandos desta petição, os cidadãos referem que “a opção de implementar uma linha circular é incorreta, por não corresponder às necessidades de mobilidade mais prementes da população residente e trabalhadora na cidade e por condicionar mesmo o desenvolvimento futuro da rede do Metropolitano de Lisboa”.
No documento, o movimento MMTC aponta “a indubitável importância de estabelecer uma intersecção entre a linha verde e a linha azul na zona ocidental da cidade”, reconhecida pelo Metropolitano há mais de duas décadas, “com o duplo objetivo de aumentar a centralidade da rede e de encurtar as deslocações dos passageiros, tanto em distância-custo como em distância-tempo”.
“No decorrer dessas duas décadas, foi apenas dado um pequeno e tímido passo para que esse legítimo desejo se concretizasse, através da abertura ao público do troço Campo Grande — Telheiras, concretizada já no final de 2002”, indicam os cidadãos, lembrando que o prolongamento da linha verde em direção à linha azul se encontra previsto há largos anos no Plano Diretor Municipal (PDM) da Câmara Municipal de Lisboa (CML).
O grupo de cidadãos realça que, “em consequência de uma dificuldade de conceção inegavelmente reduzida, essa extensão apresenta um custo por quilómetro significativamente mais baixo do que as intervenções necessárias para a implementação de uma linha circular”, bem como dispensa a realização de quaisquer alterações nos viadutos do Campo Grande e promove “uma ligação muito mais fácil e muito mais rápida entre os dois únicos Parques de Material e Oficinas (PMO)” do Metropolitano de Lisboa.
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