//Cimpor vai avaliar com LNEC efeitos de pedreira em A-dos-Melros

Cimpor vai avaliar com LNEC efeitos de pedreira em A-dos-Melros

Um estudo de impacto e a implementação de uma rede de sismógrafos são algumas das medidas em curso para avaliar os efeitos da exploração da Pedreira do Bom Jesus na população de A-dos-Melros. Um plano de ação a executar “no mais curto espaço de tempo”, “sendo os resultados enviados diretamente para os serviços camarários”, garante a cimenteira, que irá trabalhar em conjunto com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Conforme contou o DN na sexta-feira, durante décadas a Cimpor trabalhou no lado norte da pedreira, junto a Subserra (Alhandra), mas quando a exploração desse lado terminou e os trabalhos passaram para o lado de A-dos-Melros os habitantes foram dando conta do incómodo e de alguns danos nas casas. Já depois de se encontrar com Luís Fernandes, CEO da cimenteira, o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira adiantava ao DN que se preparava para avançar com uma ação popular administrativa, porque as distâncias para exploração da pedreira previstas na lei se tinham tornado incómodas para os moradores. Ainda que, como o próprio autarca socialista confirmou, a lei e o plano ambiental da exploração da pedreira fossem sempre “escrupulosamente cumpridos” pela Cimpor. “Não há utilização abusiva da pedreira face à lei”; o que está em causa é uma alteração quanto ao “sentimento das pessoas sobre o que é a distância razoável”, disse Fernando Paulo Ferreira.

Reforçando que “cumpre de forma inequívoca os parâmetros legais definidos e os decorrentes da sua licença de atividade”, a Cimpor frisa que mantém sempre uma política de “proximidade e diálogo construtivo com as comunidades com as quais se relaciona” e nesse sentido decidiu ir além das medições sistemáticas que faz às “vibrações decorrentes dos desmontes realizados na pedreira”, ainda que não tenham sido “em nenhum momento ultrapassados os limites estipulados”.

Para “mitigar o mal-estar da população”, a empresa apresentou então à autarquia um “plano de ação que contempla a realização de um estudo por parte de uma entidade independente de reconhecida credibilidade técnica, o LNEC, para avaliar os efeitos decorrentes da atividade da Pedreira do Bom Jesus”, esclarece a Cimpor, acrescentando que a decisão foi juntar os contributos da cimenteira e da câmara nas reuniões a realizar. A cimenteira vai ainda instalar “uma rede de sismógrafos na vizinhança da pedreira”, com “resultados diretamente enviados aos serviços camarários sem qualquer intervenção da empresa”, e promete “suportar os custos de aquisição decorrentes das iniciativas”.

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