Metade da população tem conhecimento direto de um trabalhador despedido ou colocado em lay-off, aponta um estudo divulgado esta terça-feira pela plataforma de serviços profissionais Fixando. Os dados, com base num inquérito realizado online, indicam ainda quebras de rendimentos mais profundas, sobretudo, entre os trabalhadores independentes.
De acordo com o estudo, 34% dos inquiridos deram conta de conhecerem alguém com suspensão de contrato de trabalho devido à pandemia – o chamado lay-off simplificado para situações de crise empresarial devido à atual situação sanitária. Outros 21% dão conta de conhecer alguém que já foi despedido.
Há ainda 19% que reportam conhecimento de trabalhadores que estão agora com horário reduzido, nesta que é também uma das modalidades permitidas pelas regras de lay-off previstas no Código do Trabalho mas que surge no estudo isoladamente.
O estudo também dá conta do nível de perdas de rendimento sofridas pelos próprios inquiridos. Entre trabalhadores por conta de outrem, independentes, estudantes e desempregados, só 21% dão conta de não terem sofrido qualquer redução de rendimentos. Em muitos casos, 38%, as perdas são iguais ou superiores a 80%.
É entre os trabalhadores independentes que mais se sente uma quebra de rendimentos profunda. Só 7% dizem não ter sofrido impacto, com quase 58% a reportarem perdas iguais ou superiores a 80%.
Entre os trabalhadores por conta de outrem, 28% não manifestam impactos no rendimento. Outros 20% declaram quebras entre 20% e 40%. O peso dos que sentem um agravamento mínimo de 80% é de 16%.
O estudo vem acompanhado de alguns comentários anónimos que arriscam sugestões de atuação ao governo. Vão desde pressionar as instâncias europeias, como o Banco Central Europeu, para que seja entregue dinheiro diretamente às pessoas, até à garantia de maiores apoios a trabalhadores precários e trabalhadores domésticos, passando ainda por isenção de impostos às empresas que não despeçam ou coloquem pessoal em lay-off e redução da burocracia no acesso às ajudas existentes.
O inquérito foi, segundo a Fixando, conduzido em abril e recebeu um total de 15 mil respostas por parte de profissionais com acesso à plataforma de recrutamento de serviços.
Deixe um comentário