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A Aldeia da Margarida, o novo projeto de turismo rural em Cinfães do Douro, está desde maio em operação. As oito suites, integradas num ambiente onde primam os elementos da natureza, rapidamente cativaram o olhar dos portugueses, que nesta altura de pandemia têm optado por marcar férias em destinos longe das multidões. A ocupação já apresenta taxas que permitem afirmar que a estreia está a ser um sucesso. Em julho e agosto, o alojamento garantiu uma taxa de 80%, a grande maioria de portugueses que desejam “desligar a ficha”. Pedro Bernardes, o rosto por detrás da empresa, já pode pegar no soprador de folhas com mais ânimo, agora que concretizou o seu projeto de vida.
É que a Aldeia da Margarida não é só um alojamento rural envolvido por 300 árvores de fruto, horta e animais de quinta. O projeto, que ganhou o nome da primeira filha do empreendedor, é a materialização de uma decisão acarinhada há muito tempo: regressar às raízes, abrandar o ritmo, valorizar as coisas simples da vida. Pedro Bernardes, licenciado em Gestão de Empresas e com um MBA em Finanças, não divulga o valor do investimento, apenas que foi realizado com capitais próprios e recurso a financiamento bancário. Mas revela que após 20 anos numa empresa da área da cosmética, onde detinha uma posição de 33%, ‘largou’ tudo e partiu para uma nova aventura.
“Trabalhava de sol a sol, muitas horas diárias, fins de semana. Quando a minha mãe faleceu, pus-me a refletir no que queria para a minha vida nos próximos anos”, conta. As boas memórias de infância na quinta dos avós numa aldeia de Castelo de Paiva (não muito longe da freguesia de Tarouquela, onde está instalado o seu projeto turístico) deram-lhe o empurrão necessário para se pôr a caminho e procurar um terreno no concelho paivense. Acabou por adquirir um espaço de seis mil metros quadrados, com três casas em ruínas, em Cinfães.
Foram cinco anos para dar luz à Aldeia da Margarida, quase dois à espera que a EDP Distribuição fizesse a obra necessária para garantir eletricidade ao projeto. “A 23 de abril deste ano foi a revolução – chegou a eletricidade à Aldeia da Margarida, que já estava concluída desde o início de 2020 – e a 20 de maio estávamos a inaugurar”, diz.
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Tudo a um passo
Como sublinha Pedro Bernardes, a Aldeia da Margarida é um turismo rural com conceito de hotel. Os hóspedes não precisam sair do espaço, que garante pequenos-almoços – à mesa encontram alimentos produzidos na quinta, como as frutas (as laranjas garantem o tradicional sumo) ou os ovos provenientes das 12 galinhas poedeiras -, pequenas refeições e jantar, se pedido com antecedência. No empreendimento, podem desfrutar do slow living, ao som da água a correr das minas, dos sinos da aldeia e das melodias da natureza, descreve o empreendedor. Um salto à piscina ou ao abrigo de animais, onde encontram ovelhas, cabras, patas e pavões, são outras opções. A Aldeia da Margarida está também próxima dos rios Paiva e Douro, da Serra de Montemuro e do já reconhecido produto turístico Passadiços do Paiva.
Com o projeto a afirmar-se no circuito do alojamento rural, Pedro Bernardes reconhece que já abrandou o ritmo. Faz a poda das árvores de fruto da quinta (que ele próprio plantou), limpa as folhas do terreno, faz – sem stress – a gestão do negócio, dentro da filosofia de vida que escolheu para si e para a família.
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