A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) anunciou esta segunda-feira que apenas 3% das empresas que recorreram às linhas de crédito com garantia estatal, no âmbito dos apoios relativos à epidemia de coronavírus, conseguiu receber financiamento.

Esta é uma das conclusões do inquérito CIP/ISCTE sobre, cujos resultados foram hoje divulgados pelo divulgado pelo presidente da CIP, António Saraiva

Outra conclusão aponta que 84% das empresas entende que “os apoios ficam aquém ou muito aquém do necessário”.

Segundo a CIP, o número de pedidos de empresas para ter acesso às linhas, “já consumiriam 9,3 mil milhões de euros” de financiamento.

Sendo o total das linhas disponíveis de 6,2 mil milhões de euros, António Saraiva defende que “é necessário que o governo lance uma nova linha ou que reforce” as atuais.

Lembrou, numa conferência de imprensa online, que o governo tem autorização de Bruxelas para conceder verbas na ordem de 13 mil milhões de euros.

Detalhou que, até ao dia 30 de abril, dos mais de 43 mil pedidos pedidos de financiamento, estavam aprovados “apenas 16.808″ e só 505 operações estavam contratadas”. “Ou seja, 1,2% das linhas estavam efetivamente contratadas”, disse António Saraiva.

A CIP pede ainda a introdução de “um simplex covid” para acabar com a morosidade e a burocracia no acesso às linhas.

“É urgente que se salvem empresas, empregos, postos de trabalho”, disse António Saraiva. Além do excesso de burocracia, que pode por em risco a viabilidade de empresas e de postos de trabalho, António Saraiva denunciou a existência de algumas situações em que os bancos estão a exigir garantias às empresas para a concessão do financiamento, o que foi proibido legalmente.

O presidente da CIP indicou que também vai ser entregue uma proposta ao governo para proteger as empresas em dificuldades de virem a ser compradas, nomeadamente por fundos abutre, à semelhança das medidas que têm sido lançadas em outros países europeus.

Atualizada às 16H52 com mais informação

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