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O ciberataque à Vodafone deixou quatro milhões de clientes sem acesso aos serviços daquela operadora. Perante este ataque levantaram-se questões sobre os direitos dos clientes da empresa, a que a Deco (Defesa do Consumidor) procurou dar resposta. Assim, e apesar dos clientes terem sido privados de um serviço que pagam, ainda não é certo que possam mesmo pedir compensação por danos sofridos nas suas vidas profissionais ou pessoais. Isto porque, segundo os especialistas da Deco Nuno Carvalho e Sofia Costa, “estamos perante uma situação excecional, em que aparentemente não haverá responsabilidade da Vodafone”, e onde não existiu apenas uma interrupção dos serviços, sendo assim prematuro adiantar uma resposta concreta. O que não obsta a que a operadora possa tomar a iniciativa de compensar, de alguma forma, os seus clientes.
Ainda de acordo com os peritos, os clientes da Vodafone terão de conseguir provar que as suas vidas pessoais ou profissionais foram prejudicadas por terem ficado sem acesso ao serviço e que “haverá alguma responsabilidade da Vodafone no sucedido”.
A Deco adianta ter já solicitado que a nova Lei das Comunicações deixe claro quais “os níveis de qualidade de serviço indispensáveis em cada serviço e não apenas os tempos de ligação inicial ou o prazo de resposta às reclamações”, assim como quais as situações “anómalas que podem afetar esses níveis de qualidade”. E para que os clientes saibam ao certo quando reclamar , deve existir um esclarecimento sobre em que condições “o consumidor pode exigir reduções no valor da fatura ou compensações”.
A Vodafone esteve ontem, todo o dia, a trabalhar para conseguir recuperar o serviço e restabelecer a sua operação e a situação estava ao final do dia “em fase final de resolução, com um número já bastante residual de clientes afetados.
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Entretanto, a empresa criou um site específico sobre o ciberataque para que os clientes estejam informados e atualizados sobre a situação da recuperação dos serviços. Para além de conter a informação que foi transmitida pela comunicação social, o site procura esclarecer dúvidas através de uma ficha informativa do tipo “perguntas frequentes” e apresenta, ainda, toda a cronologia dos factos após o ataque informático.
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Já durante a madrugada de ontem a Trust in News, grupo de comunicação que detém a revista Visão, entre outras 14 marcas de informação, também foi alvo de uma tentativa de ciberataque. Numa nota no site, a Visão adiantou que “os sistemas de alerta e segurança foram imediatamente acionados e a situação está a ser avaliada, mas nenhum sistema crítico foi comprometido”, adiantando que os sites das marcas se mantiveram a funcionar.
A Trust in News declarou já ter reportado a esta “intromissão ilegal” às autoridades.
M.C. e J.V.R.
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