//CMVM ordena “suspensão imediata” de funções de Artur Trindade na OMIP

CMVM ordena “suspensão imediata” de funções de Artur Trindade na OMIP

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ordenou a “suspensão imediata” do antigo secretário de Estado, Artur Trindade, de funções na administração da OMIP e OMIClear, adiantou o regulador, em comunicado.

A CMVM “notificou hoje Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade, a OMIP – Pólo Português, S.G.M.R., S.A., a OMIClear C.C. S.A e os restantes administradores de cada uma destas entidades, da emissão de uma medida cautelar que impõe a Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade a suspensão imediata do exercício das funções de presidente do Conselho de Administração da OMIP – Pólo Português, S.G.M.R., S.A. e de vice-presidente do Conselho de Administração da OMIClear C.C. S.A.”, lê-se na mesma nota.

A CMVM entendeu, assim, “tornar efetiva a decisão de suspensão de funções projetada na notificação de 21 de setembro” que já tinha divulgado, tendo em conta a “análise dos factos apresentados nas cinco pronúncias recebidas no âmbito da audiência dos interessados e dos elementos já apurados pela CMVM, bem como dos riscos subjacentes à permanência em funções”.

A CMVM explicou ainda que “a presente medida de natureza provisória e cautelar visa assegurar, por razões de interesse público, a abstenção preventiva de Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade do exercício das suas funções de administração naquelas entidades até ser proferida decisão no processo administrativo de reavaliação da adequação – onde se inclui a idoneidade – para o exercício das referidas funções”.

O regulador “mantém a apreciação de que existe uma dúvida fundada sobre a adequação de Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade para o desempenho dos cargos regula­dos que ocupa”, o que, de acordo com a CMVM prejudica “a confiança necessária de investidores e demais agentes económicos no funcionamento eficiente dos mercados” e constitui “um risco para a estabilidade do sistema financeiro, o qual é ainda mais relevante estando em causa uma sociedade gestora de um mercado regulamentado, uma câmara de compensação e contraparte central, estruturas fundamentais para o regular funcionamento dos mercados de capitais”, explicou a CMVM.

No âmbito do processo EDP recaem sob Artur Trindade suspeitas de corrupção passiva relacionadas com a contratação do seu pai pela elétrica como troca de favores.