A Cofina, grupo de comunicação social que detém jornais como o Correio da Manhã, Jornal de Negócios e Record, confirmou ao mercado que pretende avançar com um aumento de capital, no valor de 85 milhões de euros, para financiar a operação de compra da Media Capital, que detém nomeadamente a TVI. O aumento de capital só irá avançar se a compra da TVI obtiver luz verde dos reguladores.
A Cofina “no âmbito da operação de aquisição da participação detida pela Promotora de Informaciones, S.A. (“Prisa”), no Grupo Media Capital, SGPS, S.A. (“Media Capital) e da oferta pública de aquisição das ações da Media Capital anunciada preliminarmente em 21 de setembro de 2019, que se encontra perspetivada a realização de um aumento do capital social da Cofina, num montante que atualmente se estima de € 85.000.000,00 (oitenta e cinco milhões de euros), destinado ao financiamento parcial da referida operação de aquisição”, indica a empresa em comunicado enviado à CMVM.
A companhia liderada por Paulo Fernandes acrescenta ainda – no comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais – que vai divulgar “ao mercado as informações legalmente exigidas relacionadas com a aprovação pelos órgãos competentes e a realização do referido aumento de capital, quando se encontrarem definidos os termos e condições em que será proposto à assembleia geral”.
O aumento de capital só irá avançar após OK dos reguladores – Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e Autoridade da Concorrência (AdC) – ao negócio. Os atuais acionistas da Cofina deverão ficar com a maioria do capital do grupo dono do Correio da Manhã, estando prevista a entrada de novos acionistas. Mário Ferreira, o dono do DouroAzul, e o banco galego Abanca são apontados na imprensa como potenciais investidores, mas fontes ouvidas pelo Dinheiro Vivo admitem que possam entrar novos investidores no grupo por via dessa operação.
A Cofina, depois de terem já surgido várias notícias, confirmou no dia 21 de setembro que vai avançar com uma OPA sobre a Media Capital SGPSD, depois de “no dia 20 de setembro de 2019, de um contrato de compra e venda de ações com a Promotora de Informaciones, S.A. (“PRISA”), para a aquisição de ações representativas de 100% do capital social da Vertix, SGPS, S.A. (“Vertix”), que é titular de ações representativas de 94,69% (noventa e quatro vírgula sessenta e nove por cento) dos direitos de voto do Grupo Média Capital, SGPS, S.A. ”.
O documento, divulgado nesse dia, era um “anúncio preliminar de lançamento de oferta publica geral e voluntária de aquisição de ações representativas do capital social do grupo media capital, SGPS, S.A.” A informação enviada à CMVM mostra que a dona do Correio da Manhã propõe pagar 2,3336 euros por cada ação da dona da TVI, que não é controlada pela Prisa, e ainda 2,1322 euros pelas mais de 80 milhões de ações que, estas sim, pertencem ao grupo espanhol. A oferta da Cofina chega a um valor de 180 milhões de euros, com a Cofina a assumir ainda a dívida da dona da TVI, na ordem dos 75 milhões. Um total de 255 milhões pela operação.
O prazo para a Cofina requerer à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o registo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Media Capital termina no dia 11 de outubro. O regulador de mercado já determinou que vai nomear um auditor para determinar se o valor oferecido pelo capital remanescente é o justo.
*Com Ana Marcela
(Notícia atualizada às 18:49)
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