Partilhareste artigo
Combater a injustiça. A indignidade. E afirmar, vezes sem conta, que todas as vidas contam. Porque quando insistimos que #Blacklivesmatter “todos beneficiamos”. Esta é a visão de Ayọ (fka Opal) Tometi, cofundadora do movimento Black Lives Matter, que acredita que vivemos numa época única, em que temos a oportunidade de criar um mundo novo.
Nasceu de uma hastag, mas, rapidamente, tornou-se um movimento global. #Blacklivesmatter é, hoje, uma plataforma que pretende pôr as pessoas em contacto umas com as outras e dar voz não só às “blacklives”, mas, também, aos movimentos cívicos.
E tudo começou porque Ayọ (fka Opal) Tometi, cofundadora do movimento Black Lives Matter, quis proteger o irmão mais novo. De uma forma simplista. Filha de emigrantes nigerianos, cresceu no Arizona e defende que deve os seus valores – e a criação da plataforma – aos valores ensinados pelos pais. De que todos eram importantes. Que se deveria amar e ter orgulho em si mesma. Que a pele é uma coisa “linda” e que a textura do seu cabelo era fabulosa.
Aos 14 anos, quando o irmão nasceu, jurou que o iria proteger de tudo e de todos. E que mudaria o mundo – caso fosse necessário – para o proteger. E assim fez. Mas, confessa que, quando criou a #Blacklivesmatter nunca pensou que fosse ter a divulgação – e alcance – que tem hoje. Criou-a porque havia necessidade de ter uma plataforma onde as pessoas pudessem estar ligadas e onde poderia fazer ouvir as suas vozes.
Subscrever newsletter
A hastag transformou-se num movimento. Um movimento que, primeiro se transformou no maior movimento da história dos Estados Unidos e que, além disso, transbordou as fronteiras e ganhou uma dimensão mundial. E, para Ayọ é uma honra e um dever garantir que o movimento continua. Mais até do que apenas #Blacklivesmatter. A prova é que tem aproveitado a plataforma e a sua voz para dar voz a outros movimentos. Como os milhões de agricultores indianos que, no ano passado, fizeram greve e foram ignorados pelos media. Como contou Ayọ bastou algumas partilhas suas para o caso ganhar dimensão e os media e outros influenciadores começarem a divulgar a situação. Este é, segundo ela, também o seu papel. Ir para além das #blacklives e denunciar casos de direitos civis.
No meio disto tudo, de todos os casos existentes, mesmo assim Ayọ afirma ter esperança. Apesar do racismo ser contínuo. Continua a ter esperança. Porque “vivemos numa época onde a tecnologia nos pode ajudar a seguir em frente”. Onde “nós somos a solução”. Mas, apenas se seguirmos os nossos valores, se combatermos a injustiça e a indignidade. Porque “somos pessoas de coragem, pessoas de consciência e somos a maioria”. E porque “temos a oportunidade de usar a tecnologia para a democratização dos nossos valores “.
Deixe um comentário