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A primeira loja física da marca Color Made abriu esta semana, em Pedrógão Grande, junto à praia fluvial da albufeira do Cabril. É um espaço integrado no bar Dock Cabril, também recentemente inaugurado, e por ali foi uma novidade, porque a criadora, Madalena Fernandes, tem apenas 13 anos. É ela quem costura as peças que integram a coleção deste ano, desde as almofadas de praia à bijuteria, passando por um conjunto de acessórios de moda.
Mas se a abertura da loja foi uma boa-nova numa região que está a dar tudo para renascer das cinzas, depois dos incêndios de 2017, o nascimento da marca e o empreendedorismo inato de Madalena já eram conhecidos no concelho de Cascais, onde reside habitualmente.
A história da marca começa em 2019, quando a adolescente entrou num centro de estudos, em registo ATL, onde acabou por frequentar uma ação de desenvolvimento pessoal. “Foi aí que comecei verdadeiramente a desenvolver competências e as minhas capacidades”, conta ao DV. Interessou-se pela costura e começou a frequentar aulas numa escola da área. Quando terminou as atividades de verão no ATL, deram-lhe oportunidade de “montar um espaço para vender as coisas que tinha feito. E foi um êxito”.
Nessa altura já não fazia só porta-chaves: juntou ao rol de peças pequenas bolsas para cosmética e um vasto conjunto de acessórios de moda. Em 2020, em plena pandemia, Madalena decidiu registar a Color Made.
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No final do ano, pouco antes do Natal, lançou aquela que considera ser “a primeira grande coleção”, em que a bijuteria assumiu maior relevo. Mas este está a ser “o ano de todos os anos”, afirma, recuando a fevereiro, quando preparou “um grande evento online que assinalou o primeiro aniversário da marca”. Madalena fala como se tivesse pelo menos o dobro da idade, como se fosse CEO de uma empresa, com toda a segurança. Para uma marca que nasceu em pandemia, foi nas plataformas digitais que foi crescendo. Em março, quando a família – com raízes em Pedrógão Grande – começou a pensar em construir o bar junto ao clube náutico da barragem do Cabril, nasceu a ideia de criar uma loja física. A única coisa que não é feita por si, de base, são as t-shirts da coleção de roupa (fez apenas o design). De resto, todas as peças lhe saem das mãos, depois de escolher os materiais e contactar fornecedores, tudo com uma organização ímpar. Afinal, Madalena completou este ano o 7º ano de escolaridade e continua a ser boa aluna na Escola Básica e Secundária de Carcavelos. Ainda não decidiu o que vai estudar no futuro, mas sabe bem o que quer: “expandir a marca internacionalmente e fazer crescer o meu negócio, com outras lojas físicas também”.
No ano letivo que findou, Madalena Fernandes foi uma das contempladas no Programa de Capacitação Juvenil da Câmara Municipal de Cascais: “Ganhei uma bolsa de mil euros para o meu negócio, e pude fazer o retorno à comunidade. Dei vários workshops de empreendedorismo aos colegas do 5º ano, com a ajuda de algumas colegas que considero da equipa da Color Made“.
Quando entrou para o primeiro ciclo, ela e umas amigas juntavam-se no recreio e vendiam várias coisas. “Não era permitido fazermos dinheiro com aquilo, então a moeda eram tampinhas de plástico, que depois juntávamos para dar a instituições”.
Madalena tinha apenas seis anos quando montou a sua primeira banca e vendeu as primeiras peças, ainda no infantário. “Ela começou por fazer porta-chaves e pulseiras com elásticos. E um dia chegou a casa com 24 euros de coisas que tinha vendido aos pais dos amigos”, conta ao DV o pai, Nuno Fernandes, consultor e gestor. Nessa altura a família percebeu que nascia ali um talento empreendedor. Madalena acredita que nasceu com ele, mas terá sido decisivo trabalhá-lo, e adquirir competências.
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