“Passámos de receitas de 300 mil para 12 mil euros por mês.” Dia 12 de março, Augusto Carvalho tinha perdido quase todas as encomendas do seu negócio de distribuição de frutas e legumes junto de hotéis, restaurantes e cafés da região da Grande Lisboa. “Foi uma quebra de faturação aterradora, o que nos obrigou a reinventar-nos”, assume o empresário que lidera a Confraria da Horta ao Dinheiro Vivo.
A situação levou Augusto Carvalho a criar uma plataforma online, com entregas dos produtos em casa dos particulares, durante o mês e meio do confinamento. “Conseguimos manter os 22 postos de trabalho”, reconhece o gestor.
Até ao início da pandemia da covid-19, a empresa trabalhava “em exclusivo” para o chamado canal Horeca, que representa hotéis, restaurantes, pastelaria e outras instituições. Com a pandemia e o confinamento, “90% dos clientes fecharam portas”.
Enquanto Augusto Carvalho “desenhava a plataforma”, todos os trabalhadores da Confraria da Horta entraram em lay-off, tendo alguns deles “assegurando serviços mínimos para algumas instituições e minimercados que ficaram abertos”.
Desde o início de junho, a situação mudou: os funcionários voltaram ao trabalho e agora fazem dois turnos de entrega: “temos 18 carrinhas frigoríficas e conseguimos utilizar a mesma frota para fazer entregas às empresas de manhã e entregas porta a porta, para particulares, durante a tarde”.
Os clientes empresariais podem fazer as encomendas até às 17h do dia anterior. “Depois disso, falo com os produtores para deixarem no armazém as quantidades certas que vão ser distribuída.”
Assim que as carrinhas partem para abastecer as empresas, pelas 7h da manhã, começam a ser processadas as encomendas domésticas. Às 13h, quando regressam os veículos da distribuição matinal, os mesmos são abastecidos com os pedidos dos clientes particulares.
As entregas são feitas na Grande Lisboa, numa distribuição entre Vila Franca de Xira e Sintra e que também inclui locais como Almada, Costa da Caparica, Arruda dos Vinhos e Ericeira.
Ao aperceber-se de que “dá para conjugar perfeitamente as duas frentes” deste negócio, Augusto Carvalho assegura que o negócio porta a porta “é para nunca mais largar” e que “até poderá aumentar os recursos humanos” na empresa.
Até chegar a esse ponto, o empresário quer começar a fazer as entregas com sacos de papel em vez de sacos de plástico e apostar também em produtos biológicos.
Deixe um comentário