A partir de 14 de julho, será possível viajar entre Lisboa e Viana do Castelo sem trocar de comboio. O serviço Intercidades vai chegar pela primeira vez a Viana do Castelo graças à inauguração da primeira fase da eletrificação da Linha do Minho. Este comboio de longo curso vai circular seis vezes por semana nos dois sentidos, de acordo com a informação publicada na página oficial da CP esta sexta-feira.
A transportadora vai ainda trocar as automotoras a gasóleo por automotoras elétricas no serviço regional entre Viana do Castelo e Nine.
Comecemos pelo longo curso. De segunda a sábado, o Intercidades vai circular no sentido Viana do Castelo – Lisboa-Santa Apolónia; de domingo a sexta, será feita a viagem entre Lisboa-Santa Apolónia e Viana do Castelo. Os preços desta ligação irão variar entre 28,5 euros (segunda classe) e 40,5 euros (primeira classe), segundo fonte oficial da transportadora.
A CP não criou viagens novas no Intercidades; simplesmente alargou o percurso dos Intercidades 527 e 522, que iam até Porto-Campanhã. Com a chegada deste comboio a Viana do Castelo, Barcelos e Barroselas passam a ser uma paragem do Intercidades. Entre Nine e Viana, haverá ainda paragens nas estações de Trofa, Famalicão e Nine.
A viagem irá durar cerca de quatro horas e meia. São menos de dez minutos de diferença na comparação com a mesma viagem entre as duas cidades mas com transbordo em Porto-Campanhã. Mas há duas vantagens para os passageiros: além do conforto de não terem de mudar de comboio, viajam num meio de transporte que consome menos energia e que é menos prejudicial em termos de emissões.
Regionais mudam de material
A eletrificação da linha do comboio entre Nine e Viana também vai tornar o serviço regional mais eficiente. Também a partir de 14 de julho, a CP vai trocar as automotoras diesel UTD 592 pelas automotoras UTE 2240 no troço Nine-Viana, de acordo com os horários técnicos já aprovados pela IP – Infraestruturas de Portugal.
Esta troca de material circulante vai implicar algumas mudanças de horário na Linha do Minho e que serão comunicadas pela transportadora nas próximas duas semanas. Com a menor utilização das automotoras UTD 592, a Linha do Douro e a Linha do Oeste deverão contar com mais equipamento disponível para evitar supressões de comboios.
Nos últimos meses, a CP recorreu a material que servia os comboios turísticos no Norte para evitar falhas nas linhas do Minho e do Douro. A culpa é das avarias nas automotoras Diesel alugadas a Espanha (da série 592), com cerca de 40 anos. Nestes troços, também já foram postas a circular carruagens do Intercidades.
A eletrificação do troço Nine-Viana é a primeira fase de um projeto global que custa mais de 80 milhões de euros e que deverá permitir o uso de comboios por catenária até Valença, na fronteira com a Galiza. Esta fase deveria ter ficado concluída em março de 2018 mas os trabalhos só ficaram concluídos neste mês de junho. A derrapagem nos prazos deveu-se à “especial complexidade” da obra, explicou a IP ao jornal Público em maio.
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