As supressões diárias de comboios na linha de Sintra estão a incomodar os utentes e mesmo o próprio Governo. A CP, tendo isso em conta, já pôs em marcha um plano para recuperar as oito automotoras elétricas que estavam paradas desde 2013 em Campolide. Este material vai ser recuperado nas oficinas do Entroncamento e deverá estar totalmente operacional durante 2020, anunciou Nuno Freitas, presidente da empresa. Também para recuperar comboios, a oficina de Guifões será oficialmente aberta em janeiro.
“Estamos a recuperar oito unidades quádruplas (UQE) que estavam paradas há vários anos. Estas unidades vão ficar prontas em 2020 e vão permitir um aumento de 13% na nossa oferta. Serão 8000 lugares adicionais que teremos nos comboios urbanos de Lisboa”, assinalou o gestor durante a cerimónia de assinatura do primeiro contrato de serviço público, na estação do Rossio.
Em causa, estão seis automotoras elétricas das séries 2300 e 2400, que circulam, sobretudo, na linha de Sintra – que entraram ao serviço em 1997 e que deveriam ter feito a revisão de meia-vida em 2012; e ainda duas automotoras da série 3500, as únicas unidades de dois andares ao serviço da CP, sobretudo, na linha de Azambuja. A preços de mercado, este material custaria 70 milhões de euros.
Assim que estiverem reparadas, as oito automotoras vão reforçar o número de unidades ao serviço da linha de Sintra e Azambuja: atualmente, são 50 automotoras das séries 2300 e 2400; mais 10 automotoras da série 3500.
Nos últimos anos, estas automotoras serviram como fonte de peças suplentes para reparar outros comboios e estiveram expostas às condições atmosféricas. Estima-se que cada unidade demore dois meses a ser reparada.
Apesar da melhoria do índice de regularidade, “de 97,5% para 99%”, segundo o líder da CP, ainda se registam supressões diárias na linha de Sintra, sobretudo na hora de ponta. Esta situação tem levado a dois fenómenos: ou os passageiros circulam ‘sardinhas em lata’ ou então têm de esperar pelo comboio seguinte para terem uma viagem em condições. No que depender da CP, “haverá zero supressões”.
Guifões reabre em janeiro
A recuperação de material circulante para Lisboa faz parte do plano de investimento de 45 milhões de euros na CP e que contempla a intervenção num total de 70 unidades, entre locomotivas, automotoras e carruagens até ao final de 2020.
Também faz parte desse plano a reabertura da oficina de Guifões, em Matosinhos, o que está previsto para janeiro de 2020. Este espaço, que foi encerrado em 2011, também já está a começar a receber locomotivas e carruagens que estiveram encostadas nos últimos anos.
A oficina será reaberta já depois da conclusão da integração da empresa de manutenção de material circulante EMEF dentro da CP. “Isto tornará a gestão mais fácil e eficiente e será fundamental para o aumento da produtividade” na empresa, assinalou Nuno Freitas. É também em Matosinhos que será criado um centro tecnológico para a ferrovia portuguesa e que vai juntar transportadoras, empresas e academia.
A cerimónia de reabertura desta oficina deverá mesmo contar com a presença do primeiro-ministro, António Costa. “Vemo-nos em Guifões”, disse o primeiro-ministro ao presidente da CP no final da cerimónia do contrato de serviço público.
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