//Comissão Europeia desaconselha reservas de férias de verão

Comissão Europeia desaconselha reservas de férias de verão

“Recomendo esperar antes de fazer planos. Neste momento, ninguém pode fazer previsões confiáveis para julho e agosto”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, ao jornal alemão Bild, o mais lido na Alemanha.

Na quinta-feira, numa declaração divulgada, o comissário europeu da Justiça e Consumidores, Didier Reynders, frisou que os turistas com pacotes de viagem cancelados devido à covid-19 têm direito a reembolso, ao abrigo das regras comunitárias, e pediu cooperação aos Estados-membros para garantir esse direito, assim como apoio para agências turísticas.

“Os viajantes têm o direito de obter um reembolso total se a sua viagem for cancelada”, disse, explicando que esse direito está estipulado na diretiva comunitária sobre viagens organizadas e serviços de viagem conexos.

Por essa razão, Didier Reynders enviou nesse dia cartas aos Estados-membros da União Europeia (UE) e anunciou estar a estabelecer contactos com as associações empresariais e de consumidores para garantir que “são tomadas as medidas adequadas a nível nacional para um justo equilíbrio entre a proteção dos consumidores e o apoio às empresas de viagens e turismo”.

Ainda assim, reconhecendo a atual “situação sem precedentes”, o comissário europeu ressalvou que, “sempre que possível, os consumidores devem considerar a possibilidade de aceitar um ‘voucher’ que lhes permita adiar as suas férias para um momento posterior, sob determinadas condições”, e adiantou que “esse ‘voucher’ deve ser reembolsável se não for utilizado e garantido perante uma eventual insolvência do operador”.

Ainda no mesmo dia, pouco depois da declaração de Didier Reynders, a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em comunicado divulgado, pediu ao Governo que “clarifique a relação com os consumidores finais, legislando a favor de um sistema de reembolsos baseados em ‘vouchers’” e “criando um caminho de confiança para empresas e empresários”, que atenue “drasticamente a insegurança dos consumidores finais”, clientes das agências.

A associação admitiu que as agências de viagens “não estão a reembolsar, na sua totalidade, os clientes” porque “enviaram o dinheiro dos clientes para hotéis, companhias aéreas e outros fornecedores de serviços turísticos, que não estão a devolver o dinheiro entregue, apesar de não terem efetuado qualquer serviço”.

“Não está aqui contida qualquer valoração ou julgamento desta atitude dos nossos parceiros, concretamente hotéis e companhias aéreas. Certamente que enfrentam igualmente enormes dificuldades de tesouraria, como todas as empresas do setor turístico”, adiantou na altura a associação.

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