Exceção feita aos aviões com wi-fi — e mesmo nesses, em muitos casos a tripulação provavelmente preferia que não houvesse rede –, continua a ser proibido voar com o telemóvel ligado. E desrespeitar essas regras pode até dar azo a problemas sérios, incluindo multas bem pesadas.
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Mas porque não se pode afinal voar com o telemóvel ligado, fazer chamadas ou estar nas redes sociais enquanto voa? Plataforma especializada em conflitos entre passageiros e companhias aéreas, a Skycop explica que há um leque de razões que vão da simples impossibilidade de o telemóvel apanhar as antenas terrestres para se conectar — mas ao fazer essas tentativas poder interferir com o equipamento de navegação — até à necessidade de manter a ordem dentro do avião.
“Os aviões modernos são projetados com componentes de alta tecnologia que são sensíveis a sinais telefónicos. Mas a percentagem desse tipo de aviões em operação é pequena. Os mais antigos estão equipados com tecnologia analógica e o sinal do telemóvel pode interferir com estes instrumentos de navegação e isso não é seguro, tal como acontece com equipamentos digitais mais antigos”, começa por justificar Darius Rudinskas, vice-presidente do Instituto de Aviação Antanas Gustaitis, da Universidade Técnica de Vilnius Gediminas.
De acordo com o especialista, quando recebe uma chamada telefónica, o telemóvel procura conectar-se com a torre de telecomunicações mais próxima. Como as antenas estão apontadas para terra, à medida que se voa mais alto, o sinal fica cada vez mais fraco até desaparecer, impossibilitando conseguir ter rede. Ainda assim, “o telemóvel vai sempre tentando conectar-se, interferindo com os componentes técnicos do avião e com os auscultadores dos pilotos; havendo um ou outro dispositivo a bordo é possível gerir essas interferências, mas se forem centenas de telemóveis torna-se complicado”, explica o mesmo responsável.
O wi-fi durante o voo acaba por ser uma solução mais segura: com um sinal 20 vezes mais fraco do que o do telemóvel e a instalação de um router a captar sinal por satélite, deixa de haver problemas para o cockpit.
Mas há ainda uma função social na proibição de ter o telemóvel ligado num voo: controlar os passageiros. Rudinskas explica: “Imagine que havia um aviso para apertar os cintos por causa da turbulência e todas as pessoas estavam ao telemóvel… A bordo, é preciso controlar as massas e quando banimos alguma coisa as pessoas são mais disciplinadas. As nossas restrições asseguram que todas as viagens são o mais seguras possíveis.” É por isso que acredita que mesmo com equipamento adequado dificilmente a maioria das companhias permitirá chamadas a bordo: “A proibição torna a vida da tripulação mais fácil.”
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