A chamada mobilidade suave trouxe muitos e novos desafios às cidades. Lisboa tem apostado forte em meios que sejam tanto uma alternativa aos automóveis privados, como um complemento à oferta de transportes públicos. As trotinetes, as scooters, as bicicletas, sem esquecer os sistemas de carsharing, estão a aumentar e ainda há espaço para mais operadores.
Pelo menos é a opinião de Tiago Silva Pereira, CEO da WYZE, que considera que se está “numa fase prematura” da mobilidade partilhada. Em Lisboa, Matosinhos e Porto já se podem encontrar as scooters elétricas, mais uma solução de transporte. A capital tem sido muito recetiva a este tipo de possibilidades para que o carro deixe de ser a opção primária. “A Câmara Municipal de Lisboa (CML) tem muito bem definida a estratégia para a mobilidade. Para nós é muito claro que o automóvel privado tem sido utilizado nas últimas décadas de forma pouco racional”, afirmou Pedro Machado.
No debate da Mobi Summit intitulado, “Last Mile, Mobilidade Suave”, que se realizou na Nova SBE, o assessor do Vereador Miguel Gaspar da CML considerou essencial levar as pessoas para os transportes públicos, mas tem de haver mais oferta para complementar os serviços.
Lisboa recebeu estas novas oções de uma forma algo livre, com uma regulamentação base, que vai sendo revista à medida que se vai aprendendo com a experiência. Para Felix Petersen, Diretor-geral da CIRC Portugal (empresa de algueres de trotinetes), essa foi a opção certa, mesmo que se verifique algum caos por agora. “Lisboa esteve bem em aceitar o caos de início e depois regulamentar. Quem fez ao contrário não tem tido sucesso. Madrid é exemplo disso”, referiu. Para Petersen, muita regulamentação poderá afastar empresas que eventualmente não consigam adaptar-se às exigências, frisando como a tendência é que essa regulamentação seja “mais inteligente”, de acordo com as experiências de cada cidade.
Pedro Machado disse como se pretendeu que os operadores dos diferentes meios viessem para Lisboa, discutindo-se com eles como se poderia melhorar o serviço. “Definimos algumas regras fundamentais de início”, afirmou, acrescentando como tem sido um processo de aprendizagem e como não se pode esquecer que os operadores têm de ter viabilidade financeira. “Temos de beneficiar a cidade e não criar problemas. Estamos a progredir.”
Todos trabalham para que seja cumprido o objetivo de retirar os carrosda cidade. Felix Petersen acredita que tal acontecerá naturalmente e que daqui a 20 anos não os haverá, pois com cada vez mais pessoas a viver na cidade, também se quer mais qualidade de vida.
Tiago Silva Pereira espera que Petersen tenha razão, mas quando se fala de desafios, o responsável da WYZE frisou a necessidade de se combater o vandalismo e o roubo das motos, sendo para isso necessário um trabalho conjunto entre empresas, câmaras municipais e autoridades.
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