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A Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou esta sexta-feira que tem estado a investigar “de forma aprofundada” o trabalho da Google em Portugal, nomeadamente nos mercados digitais (incluindo a publicidade digital), e que, tendo em conta a “abrangência e impacto” do caso, a investigação passou para a Comissão Europeia a pedido de Bruxelas.
Em comunicado, a AdC revela que, após interpelação dos principais agentes económicos presentes nos mercados digitais, em Portugal, na sequência de uma denúncia, “decidiu, em 17 de maio de 2022, abrir um processo de contraordenação visando a Google pela prática de um abuso de posição dominante”.
O processo esteve, até agora, em segredo de justiça. “Em causa estão comportamentos da Google que indiciam um possível auto-favorecimento (self-preferencing) desta empresa em vários níveis da cadeia de valor associada à venda de espaço publicitário online”.
Ora, como a investigação desenvolvida pela AdC toca em áreas que Bruxelas já vinha acompanhando de perto, “a Comissão Europeia informou a AdC de que, em face da abrangência e impacto da matéria em causa, pretendia alargar o âmbito da sua própria investigação à Google para incluir também as práticas e os mercados objeto de investigação pela AdC em Portugal”.
AdC suspeita de leilões viciados
O organismo liderado por Margarida Matos Rosa suspeita que a Google tenha viciado leilões para anúncios online. Como? A AdC acredita na possibilidade de a Google ter utilizado informação sobre os leilões para publicidade digital, “a que os concorrentes não tinham acesso, para condicionar, em seu favor, o resultado desses leilões e de ter potencialmente limitado o desenvolvimento de tecnologias de leilão concorrentes”. Acresce a suspeita de “outros eventuais comportamentos passíveis de restringir a concorrência na relação com os editores (publishers)”.
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