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A confiança dos executivos em quem os lidera aumentou significativamente nos dois últimos anos. A conclusão é do Leadership Confidence Index, o relatório da consultora Odgers Berndtson, que revela que o índice de confiança destes profissionais nos seus líderes praticamente duplicou em dois anos, atingindo agora 42%. Contra os 24% apurados em 2020, altura em que foi divulgada a primeira edição do estudo.
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De acordo com o Leadership Confidence Index, este aumento de confiança “deve-se ao sucesso na forma como lideraram com as disrupções trazidas pela pandemia ao longo dos últimos dois anos”.
Mas a consultora Odgers Berndtson deixa um alerta aos líderes que não estão incluídos nesta avaliação mais positiva. “Embora a confiança tenha aumentado e seja muito superior à reportada há dois anos, 44% dos executivos continua a avaliar a sua liderança como média ou fraca nos momentos altos da pandemia”, reforça.
A estes CEOs, a consultora frisa que, com a incerteza que se prevê no futuro, “terão um grande desafio na criação de confiança entre as suas equipas nos próximos tempos”.
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“Os líderes que não inspiram confiança falharam no processo de adaptação, o que tem um elevado custo para a empresa, quer a nível de mercado, como de talento”, frisa Kester Scrope, CEO da Odgers Berndtson, que espera que estes resultados sirvam “para abrir os olhos de todos os líderes para que finalmente percebam que só conseguem liderar no mercado com o melhor talento, e que só conseguem manter o melhor talento se este tiver confiança na sua liderança.”
Os resultados
O estudo foi elaborado, em conjunto com a consultora Forrester, na sequência de um inquérito a 1100 executivos, que também incluiu profissionais portugueses.
Dos profissionais inquiridos, 71% revelam que apesar da pandemia a sua empresa conseguiu crescer, embora a maioria (90%) afirme que a organização onde trabalha sofreu o impacto das diferentes ruturas causadas pela covid.
Este aumento de confiança na atuação de quem lidera prende-se, por exemplo, com a adoção de mais e melhor tecnologia para as empresas, um elemento que era anteriormente visto com alguma incerteza. Embora ainda 44% dos executivos sintam como um “fator de disrupção, este valor baixou significativamente dos 62% assinalados na edição do mesmo estudo em 2020”, frisa o relatório.
A confiança na capacidade dos líderes em conseguir melhorar as suas empresas está em alta, com 88% dos executivos a demonstrar essa segurança. Políticas ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governação) são alguns dos fatores apontados como alterações positivas e de sucesso, em altura de pandemia e que reforçam a confiança de 78% dos inquiridos nos seus líderes.
Apesar deste clima confiante, 79% dos executivos acredita que os níveis de incerteza e perturbação poderão crescer ou manter-se elevados, uma vez que atravessamos um clima de volatilidade. “Quando questionados sobre a função mais relevante de gerir essas incertezas de forma positiva, 85% dos executivos indicou naturalmente o CEO, logo seguido do CHRO (Chief Human Resources Officer) com 53%, facto que revela a maior relevância dada à atração, desenvolvimento e retenção de talento no futuro”, explica o Leadership Confidence Index.
Para Luís Sítima, CEO da Odgers Berndtson Portugal, “é muito positivo ver que a confiança das equipas na sua liderança está a crescer e a tornar-se mais forte. Está claro que mediante uma disrupção que nos foi imposta, os líderes demonstraram uma excelente capacidade de adaptação”. Este responsável reforça ainda a importância de perceber que o caminho não está terminado e que a confiança “pode e deve tornar-se mais alargada, sólida e robusta”
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