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Há dois anos, quando o mundo ainda não tinha sido atingido em força pela pandemia, o setor da aviação civil estava em crescimento. Cada vez mais pessoas queriam viajar, a trabalho ou em lazer, e as transportadoras desenhavam estratégias para responder a essa crescente procura. A LATAM Airlines, grupo de companhias aéreas da América Latina, está presente em países como Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru, permitindo, a partir destes, ligações quer aos EUA quer à Europa. Para Portugal, tem a rota Lisboa-São Paulo, que quer consolidar em 2022, contando para isso com o interesse do mercado brasileiro por Portugal. Para já, a transportadora aérea não se compromete com mais rotas para o mercado português.
“Neste momento estamos concentrados em consolidar a rota entre Lisboa e São Paulo, a partir da qual nos podemos ligar a mais de 50 destinos no Brasil e a mais de 100 na América do Sul, e acompanhar o crescimento da procura. Portugal é um dos países com a maior taxa de vacinação e um destino muito atrativo e procurado pelos turistas brasileiros”, diz ao Dinheiro Vivo Thibaud Morand, diretor-geral para a Europa.
O gestor não esconde que estes quase dois anos de pandemia, que afetaram profundamente a indústria de aviação, “foram muito difíceis, uma vez que a indústria aeronáutica não esperava efeitos tão prolongados”. Mas já vê alguma luz ao fundo do túnel. Tendo de se adaptar aos constrangimentos ditados pela covid, e à medida que a vacinação foi acelerando em especial em Portugal, “a retoma das operações a partir deste continente tem vindo a acelerar gradualmente”. “Neste último trimestre, estamos a expandir significativamente os voos entre a Europa e o nosso hub em São Paulo, e já reativámos as operações diretas a partir de Barcelona e Milão, bem como a rota Londres-São Paulo.”
“Em relação a Portugal, desde o início de dezembro, temos sete voos semanais entre São Paulo e Lisboa. E esperamos regressar aos níveis pré-pandémicos assim que as condições sanitárias e governamentais o permitam”, acrescenta.
No arranque do ano, Morand revela que ambiciona em breve “ter recuperado 69% das operações de antes da pandemia”. Quanto à Europa, “reativámos todas as rotas e 66% das frequências”.
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Sustentabilidade na aviação
A questão da sustentabilidade no setor é um dos temas em que as companhias estão concentradas. Redução de plásticos e desperdícios e atingir a neutralidade carbónica estão na agenda da maioria das transportadoras. A LATAM divulgou em maio a estratégia para a área da sustentabilidade, anunciando que quer ser uma companhia aérea com zero resíduos para aterro até 2027 e atingir a neutralidade carbónica em 2050. O diretor-geral explica que “todas ações e decisões” que a empresa tem vindo a tomar têm por base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
“Com esta estratégia, estamos a elaborar um roteiro com objetivos para 2023, 2027 e 2050. As linhas de ação foram desenvolvidas em colaboração com peritos e organizações ambientais de todo o continente e envolvem um investimento de cerca de 100 milhões de dólares em dez anos. Estas linhas incluem por exemplo, a eliminação de plásticos de utilização única em 2023 e tornar-se neutra em carbono até 2050”, especifica. E se essa neutralidade passa por “ter tecnologia e novos combustíveis que só ficarão disponíveis na próxima década”, o grupo está alinhado com as fabricantes de aviões e o setor energético “para disponibilizar soluções o mais rápido possível”.
“Acreditamos, enquanto grupo, que não podemos sentar-nos e esperar que as soluções cheguem, e é por isso que tudo faremos para compensar as emissões com soluções baseadas na natureza, tirando partido do enorme património natural que temos na nossa região. Não esqueçamos que a América do Sul tem a maior biodiversidade do mundo, é o lar de um terço das reservas mundiais de água doce, de 40% das espécies do planeta e seis dos dez países com maior biodiversidade estão nesta região”, remata.
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