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Entre o fenómeno Gamestop e a forte procura por criptomoedas, os investidores de retalho estão a agitar os mercados. Para Eduardo Silva, diretor-geral da corretora XTB em Portugal, este entusiasmo dos pequenos investidores vai continuar e não é uma mera questão de moda. “É para ficar e por isso é que estamos tão otimistas com a evolução do setor”, disse Eduardo Silva ao Dinheiro Vivo.
A corretora, inserida num grupo polaco, tem beneficiado do interesse renovado que os pequenos investidores demonstram pelos mercados e que sustentam o otimismo da XTB que se prepara para expandir. Tanto a sua oferta, como em termos geográficos: “Vamos aumentar a base de oferta com novos ativos. Ao aumentar a base de clientes, eles procuram outro tipo de ativos e novos países, nomeadamente a Ásia. Vamos apostar forte nesse mercado”, afirmou. “Já estamos perto de ter escritórios na África do Sul e no Dubai”, adiantou.
Atualmente, em termos de oferta, a XTB disponibiliza o acesso a 4500 instrumentos financeiros, incluindo mais de 2000 ações de 16 das maiores bolsas e ETFs (Exchange-Traded Funds), incluindo matérias-primas, imóveis e títulos, bem como acesso ao mercado de forex e criptomoedas.
A corretora anunciou esta semana que, no final do quarto trimestre de 2020, o seu número médio de clientes ativos atingiu 72 346. Este resultado permitiu ao grupo conquistar a quinta posição no ranking das maiores corretoras globais, em número de clientes ativos, segundo a Finance Magnates.
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A corretora não divulga os números obtidos em Portugal, mas Eduardo Silva aponta que, só em janeiro, viu a sua base de clientes crescer 25% face ao mesmo mês de 2020. No ano passado, a XTB registou também a maior receita operacional da história da empresa (178,3 milhões de euros, um aumento de 233,4% em relação a 2019). O lucro líquido consolidado cresceu 597% para 89,9 milhões de euros. A corretora conquistou um número recorde de 112 mil novos clientes, mais 206,5% em termos homólogos, levando o grupo a quebrar a barreira dos 250 mil clientes. “Os bons resultados advêm da volatilidade que vimos em 2020. Quando os mercados mexem mais, as pessoas também tentam aproveitar as oportunidades”, diz Eduardo Silva. “Outro fator são as taxas de juro baixas. O acesso fácil ao crédito faz com que haja mais capital disponível para as pessoas negociarem”, indicou.
Mas também o confinamento ajudou. “As pessoas têm mais tempo livre” e gastam menos. “Com a internet e mais tempo disponível, acabaram por se juntar em comunidades e ganhar cada vez mais força nesses grupos”, apontou, lembrando o caso da Gamestop, “em que um grupo de pessoas comuns acabou por fazer frente aos grandes fundos por se unir e tentar ir contras as posições”.
Além destas tendências, os resultados derivam também de uma estratégia que a XTB delineou há três anos para conquistar mais clientes. “É também um plano que já vem há três anos quando a ESMA decidiu introduzir a restrição de alavancagem para proteger os investidores”, salientou. As corretoras acabaram por ter uma grande quebra, em termos de negociação. A XTB reagiu, investindo em tecnologia, serviços, aumento de equipas e angariação em massa de clientes para voltar aos volumes do passado. “2020 marcou o ano em que voltámos aos volumes de negociação antes da introdução das medidas da ESMA”.
A corretora lançou em 2020 as “ações sem comissões”. “Fizemos parceria com José Mourinho, o nosso brand embassador, e melhorámos a nossa tecnologia. Porque as pessoas precisam de execução imediata em qualquer lugar, quer seja na praia, ou no café, onde quer que estejam querem ter acesso rápido aos mercados”, disse.
Para 2021, Eduardo Silva antecipa que os resultados da XTB “vão ser consideravelmente melhores” que os de 2020, a beneficiar desta nova onda de “democratização dos mercados financeiros”.
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