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“É mais uma oportunidade perdida pelo facto de não ter aproveitado o momento para apresentar as medidas de compensação que o setor da restauração precisa”, refere a associação em comunicado.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou na quinta-feira que o acesso a restaurantes e estabelecimentos hoteleiros vai continuar a estar sujeito à apresentação de um certificado digital.
Este certificado digital — na modalidade de teste negativo ou de esquema vacinal completo, sendo este considerado para quem tem a dose de reforço há mais de 14 dias — será ainda exigido para o acesso a espetáculos culturais, eventos com lugares marcados e ginásios.
Embora as medidas venham ao encontro do que a PRO.VAR apresentou, conferindo “alguma esperança para o futuro”, a associação considera que a “questão do teste ou do certificado digital não é relevante”, uma vez que “a maioria dos portugueses até estão familiarizados com esta prática e naturalmente não será isso que os vai impedir de frequentar os espaços de restauração”.
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No caso dos restaurantes, o problema prende-se sim com o teletrabalho obrigatório, acrescenta.
“Ironia do destino, o setor que não pode fazer teletrabalho, continua a ser vítima dele, fazendo a maioria dos portugueses, as suas refeições, nas suas residências. Estimamos que até ao dia 14 de janeiro iremos ter perdas elevadas nos restaurantes, é quase uma certeza, vamos assistir a restaurantes vazios, ao almoço, até essa data”, assinala a PRO.VAR.
Para a associação, o Governo é “competente” na implementação de restrições para conter a pandemia, “mas esquece-se que as empresas têm que ser compensadas pelas perdas”.
“O inquérito por questionário, com respostas válidas de 429 estabelecimentos de restauração, entre os dias 04 e 05 de janeiro, revela uma situação extremamente preocupante, três em cada quatro (75,1%) empresas da restauração endividaram-se para manter os restaurantes abertos e quase metade (48,39%), estão sobre-endividados e ponderam pedir insolvência caso o Governo não intervenha com apoios a fundo perdido”, sublinha.
Para a PRO.VAR, a verificar-se o encerramento de empresas consideradas viáveis em 2019, o Governo ficará com a marca de ter controlado a pandemia, mas por seu turno, de “ter encerrado definitivamente milhares de restaurantes por decreto”.
Para responder aos desafios que se colocam no setor, a associação pediu nova reunião urgente ao Governo e adianta que vai pedir ao primeiro-ministro a criação de um gabinete de crise interministerial, para garantir que no momento em que decorre a campanha eleitoral, as eleições e o no pós-eleitoral, o setor da restauração não fique abandonado.
A PRO.VAR diz ainda não compreender por que razão o setor mais afetado seja ignorado nos debates políticos e desafia todos os políticos, convidando-os a visitar restaurantes para ouvirem os anseios e dificuldades dos empresários, de um dos setores mais afetados pela pandemia.
A covid-19 provocou 5.456.207 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.054 pessoas e foram contabilizados 1.539.050 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
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