//Crédito às exportadoras cai – pode ser sinal de perigo

Crédito às exportadoras cai – pode ser sinal de perigo

Falta ainda um mês para fechar as contas ao ano que terminou, mas os dados ontem libertados pelo Banco de Portugal revelam que o crédito ao consumo continua a subir. Foram mais 27 milhões de euros do que em outubro, emprestados pelos bancos em novembro, que representa um total de 26,16 mil milhões – mais 1,2 mil milhões do que no último ano. Sinal preocupante, sobretudo quando olhamos para ele a par dos valores relativos às empresas: quando comparados com o mesmo mês do ano passado, os financiamentos da banca às empresas reduziram-se, mesmo no que respeita às exportadoras. Foram menos 2 mil milhões de euros em crédito para as empresas do que o atribuído em novembro de 2017 – uma redução superior a 350 milhões no caso específico das exportadoras.

Um sinal de perigo, interpreta Bruno Bobone. “Tenho dúvidas de que a redução se prenda com uma maior autonomia das empresas”, explica o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, interpretando antes os números do Banco de Portugal como um sintoma de desaceleração. “Os bancos não têm ajudado a estimular os negócios”, critica o também empresário, lamentando que o crédito continue a estar “dominado pela cultura de análise de risco, uma postura que limita o desenvolvimento”, sobretudo da atividade das exportadoras.

Os números ontem divulgados mostram também o crédito à habitação a cair – depois dos sucessivos pedidos de contenção do governador Carlos Costa. A preocupação do Banco de Portugal prende-se com a elevada proporção deste tipo de empréstimos concedida a clientes que terão de continuar a pagar até bem depois de deixarem de trabalhar. Mais de um terço dos empréstimos vão além dos 70 anos do cliente, o que implica uma enorme taxa de esforço, que o governador quer prevenir com a redução de prazos dos créditos à habitação.

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