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O ano começou com sinais positivos para o setor do turismo que foi um dos mais afetados pela pandemia. Os indicadores já conhecidos até março revelam que as viagens estão a retomar e as dormidas nos alojamentos turísticos têm crescido em cadeia. O otimismo tem dado alento aos empresários e estimulado a aposta nos negócios. Até abril foram criadas 1653 novas empresas de alojamento e restauração, uma subida de 45% face ao período homólogo, revelam os dados recolhidos pela Informa D&B para o DN/Dinheiro Vivo.
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No acumulado dos quatro meses em todos os setores de atividade, nasceram em Portugal 17 282 novas empresas, ou seja, um crescimento de 21% face ao mesmo período do ano passado. O alojamento e a restauração (+45%) foram o segundo setor com maior crescimento, ficando apenas atrás dos transportes (+102%). Seguem-se os serviços gerais (+38%), as atividades imobiliárias (+27%) e os serviços empresariais (+21%)
A consultora revela que é a restauração que está a crescer a um ritmo mais rápido, com 1195 novas empresas nascidas nos primeiros quatro meses do ano, um valor 47% acima de 2021.
O alojamento subiu 40% no período em análise, com 458 novas empresas. Dentro do espetro, o maior peso diz respeito ao alojamento de curta duração que aumentou 53% face a 2021. Os dados respeitam a entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição nos portais de atos societários e no Citius do Ministério da Justiça, até 30 de abril de 2022, e excluem empresários em nome individual.
Na análise à saúde financeira das empresas de restauração e alojamento, destaca-se a quebra de 34% do número de entidades com processos de insolvência a decorrer nos primeiros quatro meses do ano. Até abril, foram iniciados 49 processos de insolvência na restauração e 11 no alojamento.
O número de encerramentos também diminuiu ligeiramente nesta área de atividade entre janeiro e abril, menos 3% comparativamente a 2021.
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Açores e Madeira com maior aceleração
Olhando para o mapa nacional, as ilhas destacam-se nesta aceleração de novos negócios no alojamento. Na Madeira, o número de novas empresas no alojamento de curta duração disparou 480% neste ano, com 29 novos registos . Já os Açores apresentam uma variação homóloga positiva de 275%, com 15 novas constituições no segmento da hotelaria e turismo rural.
Lisboa foi a região com o maior número de empresas criadas nas áreas do alojamento e da restauração, com 457 novos registos, sendo que a maior fatia (342 empresas) diz respeito à restauração. No segundo lugar do pódio encontra-se o Norte com 330 novos registos neste setor.
O nascimento de novos negócios ligados à restauração cresceu de forma positiva em todas as regiões e em todas as subcategorias: restaurantes, cafés e pastelarias e bebidas. Já do lado do alojamento, apesar dos indicadores maioritariamente positivos, assistiu-se a uma quebra nos novos registos de hotelaria e turismo rural no Alentejo (-57%) e no alojamento de curta duração no Algarve (-20%).
Novas empresas ainda abaixo de 2019
Os dados já fechados do ano passado mostram uma recuperação de 5% nos novos registos face a 2020, mas ainda 26% abaixo dos números pré-pandemia. Em 2019 foram criadas 5167 novas empresas, mais 1359 do que em 2021. As insolvências também continuam 49% acima de 2019, com 277 processos iniciados em 2021. A restauração foi a grande campeã das insolvências e encerramentos no ano passado, com 162 e 759 registos, respetivamente.
Por outro lado, o número de empresas a encerrar definitivamente diminuiu 26%. Se em 2019 desistiram do negócio 2033 empresas de alojamento e restauração, no ano passado o valor caiu para 1511. Analisando os dados da última década, 2018 foi o ano com um maior número de encerramentos (2124) e de novas constituições (5218). Já os pedidos de insolvência registaram o seu pico em 2013 (455).
Menos cumpridores nos pagamentos
Numa análise ao tecido empresarial português e às tendências de pagamentos no país, a Informa D&B conclui que o setor do alojamento e restauração é o segundo menos cumpridor no que diz respeito aos pagamentos a fornecedores, com apenas 12,4% das empresas a pagar as suas obrigações a tempo e horas no mês de abril. A liderar o ranking está o setor das energias e ambiente (15,5%) e o pódio dos menos cumpridores fica completo com o setor dos transportes (11,1%).
Segundo a consultora, as empresas de alojamento e restauração somam um atraso médio de 29,8 dias nos pagamentos. Já do lado oposto, as tecnologias da informação e comunicação, as atividades imobiliárias e o retalho são os setores do país com uma taxa mais elevada no cumprimento dos pagamentos aos seus fornecedores.
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