//Cristina. “Como se estivéssemos a comprar uns direitos da Liga Europa”

Cristina. “Como se estivéssemos a comprar uns direitos da Liga Europa”

A transferência mais mediática do sector dos media nos tempos mais recentes não passou ao lado do debate da Estado Nação dos Media, que reuniu os responsáveis do grupo dono da SIC, da RTP e do Google no congresso da APDC, a decorrer esta quarta-feira, no CCB em Lisboa.

“Não encontramos nenhum furo de petróleo em Carnaxide ou Paço de D’Arcos”, responde Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, dona da SIC, quando instado a justificar a contratação de Cristina Ferreira, por um valor não divulgado. “Estamos a fazer esta aposta como se estivéssemos a comprar uns direitos da Liga Europa, atenção é mais barato”, diz o responsável.

“Vimos como um investimento em alguém que nos vai trazer retorno direto e indireto”, continua. “Não é ninguém que vem para as manhãs e para o day time. A nossa estratégia é multiplataforma e é isso que ela faz. Encaixa que nem uma luva nesta estratégia”, reforça.

Gonçalo Reis mostra-se otimista sobre o futuro do sector. Este “continua muito relevante e com muitos desafios de gestão pela frente”, diz o presidente do conselho de administração da RTP. “Não vale a pena negarmos as ameaças: pulverização das audiências, o consumo não linear tema relevante sobretudo entre os mais jovens”, considera.

Para Bernardo Correio o futuro da tv generalistas passam por sinergias entre TV e plataformas digitais como o Google. “Em Espanha a Operação Triunfo passa em live streaming no YouTube, tem batido recordes e, paradoxalmente, tem trazido mais audiência à TV”, referiu o country manager do Google Portugal.

Mas a tensão entre os media e a multinacional foi visível no debate. “Consideramos que os nossos conteúdos devem ser renumerados, ponto final”, frisou Francisco Pedro Balsemão.

O Google News Initiative, programa de inovação para os media com um orçamento global de 300 milhões de dólares, uma convicção ou um peso na consciência? “A melhor forma de garantir informação credível é investir em inovação. O Google News Initiative é um investimento nessa inovação”, defendeu Bernardo Correia. “O Google não funciona sem conteúdos de informação credíveis.”

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