Cristina Ferreira está de regresso à TVI, cerca de dois anos depois de ter integrado a SIC. A rescisão unilateral do contrato que ligava apresentadora do Programa da Cristina à estação do grupo de Pinto Balsemão até 2022 apanhou o canal de surpresa. A SIC diz que “reserva todos os seus direitos em face desta situação”. O que pode significar o pagamento de uma indemnização até 4 milhões de milhões, apurou o Dinheiro Vivo junto a fonte conhecedora do processo.
A Media Capital terá avançado com uma proposta na ordem dos 3 milhões de euros/ano em termos de salário, valor acima dos cerca de 1 milhão/ano que a apresentadora auferia na SIC, de acordo com fontes conhecedoras do processo. Até ao momento não foi possível obter um comentário do grupo dono da TVI e quando contactada pelo Dinheiro Vivo a agente da apresentadora não quis comentar esta informação, remetendo para o comunicado.
A agente de Cristina Ferreira também não quis comentar a informação de que esta saída, a largos meses do fim do contrato (em vigor até 30 de novembro de 2022), poderia implicar o pagamento de uma indemnização por quebra de contrato e outros compromissos contratuais assumidos pela SIC ao nível da produção e comerciais, com marcas anunciantes no programa, na ordem dos 4 milhões de euros, de acordo com informação obtida junto a fonte conhecedora do processo.
Fonte oficial da SIC não quis comentar esta informação, remetendo apenas para o comunicado, quando contactada pelo Dinheiro Vivo.
A apresentadora integra a TVI a partir de 1 de setembro, passando a assumir como diretora de ficção e entretenimento. Mas também já manifestou vontade de comprar uma participação na Media Capital, passando a ser igualmente acionista do grupo dono da TVI. O valor da participação não foi revelado, mas a concretizar-se junta-se aos atuais acionistas Prisa (com cerca de 64%), Mário Ferreira (30%) e o banco galego Abanca (5%).
Mudanças na liderança do grupo. ERC analisa eventual papel de Mário Ferreira
A saída de Cristina Ferreira abre uma brecha nas manhãs da SIC horário em que liderava. E surge na mesma semana em que na Media Capital se tem assistido a mudanças na estrutura de liderança de topo.
Além da subida de Nuno Santos da direção de programas para a direção-geral da TVI, no grupo Luís Cabral renunciou ao cargo de CEO, tendo sido substituído por Manuel Alves Monteiro. O agora CEO era desde abril administrador não executivo na Media Capital e considerado próximo do acionista Mário Ferreira, pois é vogal da Mystic River, empresa controlada pelo empresário.
Mudanças que surgem uma semana depois de Sérgio Figueiredo ter saído da direção de informação.
Alterações que o Correio da Manhã (diário da Cofina que veio esta sexta-feira confirmar que continua interessado na compra da dona da TVI) aponta à Purvis de Mário Ferreira, que detém 30% da Media Capital.
A ERC admite estar a analisar o caso. Esta sexta-feira emitiu um comunicado. “Tendo tomado conhecimento de mudanças relevantes na estrutura da TVI”, o regulador “está a avaliar o âmbito das mesmas e eventual configuração de nova posição”. “Em análise está a eventual alteração não autorizada de domínio, que envolve responsabilidade contraordenacional e pode dar origem à suspensão de licença ou responsabilidade criminal, tendo em conta o artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido”, avisa a ERC.
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