//Cruzeiros do Douro reclamam retoma urgente da atividade

Cruzeiros do Douro reclamam retoma urgente da atividade

Vinte e cinco empresas marítimo-turísticas que operam no rio Douro uniram-se para reclamar a retoma urgente da atividade, depois dos “meses de trabalho perdidos” devido à crise pandémica, divulgaram fontes ligadas ao movimento.

As empresas operam com embarcações de recreio na Via Navegável do Douro (VND), fazem passeios para famílias ou pequenos grupos e revelam preocupações com a “falta de informações” sobre o setor.

Um dos operadores disse à agência Lusa que as empresas reclamam uma “data de arranque” desta atividade que é sazonal e que, este ano, por causa da covid-19, parou em meados de março e ainda não foi retomada.

A fonte afirma que os empresários estão preparados para o regresso ao trabalho, dispondo do selo ‘Clean & Safe’ do Turismo de Portugal, de material de proteção individual, formação e salienta ainda que até já estão a ser contactados por potenciais clientes.

Os operadores estão, inclusive, a preparar uma ação de protesto que se poderá realizar no rio Douro, em simultâneo na zona do Pinhão, concelho de Alijó, e na Marina da Afurada, em Vila Nova de Gaia.

A agência Lusa questionou a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) sobre a retoma da atividade turística, a qual disse estar a aguardar indicações da Capitania dos portos do Douro e Leixões, que, por sua vez, remeteu para o Turismo de Portugal e a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM). A Lusa pediu esclarecimentos às duas entidades, mas até agora não obteve resposta.

Estes operadores turísticos começaram por se unir para criar um manifesto que foi remetido em abril à APDL e onde expuseram um conjunto de “preocupações, insatisfações e dúvidas”, às quais dizem que não obtiveram resposta até ao momento.

No manifesto a que a Lusa teve acesso, as empresas propõem o “congelamento ou uma redução substancial de todo o tipo de tarifas até ao fim da pandemia”, seguindo-se “um aumento gradual das mesmas ao longo dos próximos anos e após a resolução deste grave problema social e económico”.

Para além disso, demonstram ainda “descontentamento com a imposição do aumento de taxas (…) excessiva e desproporcionada”, decorrente do novo regulamento de exploração e utilização da VND que entrou em vigor no ano passado.

No manifesto pedem ainda a clarificação sobre a obrigatoriedade ou não da aquisição do equipamento de AIS (Automatic Identification System) para todas as embarcações a operar como marítimo-turísticas, já que se “consta” que sem este aparelho não será emitido o certificado de utilização da via.

“Parece-nos evidente após análise atenta do referido regulamento que tais equipamentos só seriam obrigatórios em situações excecionais de navegação noturna e/ou visibilidade reduzida. Não navegamos nem à noite, nem em condições de visibilidade reduzida e muitos dos barcos, na sua navegação diária, nem em canais de navegação ou eclusas entram”, referem no documento.

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