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A Comissão de Trabalhadores da Meo lamenta que a presidente executiva da Altice Portugal possa reunir com esta estrutura apenas em setembro e quer saber quais “os remédios” que estão a ser considerados para futuro na sequência da “Operação Picoas”.
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Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Meo informa ter enviado na quarta-feira um conjunto de solicitações à presidente executiva (CEO) e presidente do Conselho de Administração da Altice Portugal (dona da Meo), no qual sublinha a importância de “aferir o valor global” em que a Altice foi penalizada e se existe alguma estratégia para reaver o valor alegadamente “perdido” e qual o reforço dos capitais próprios previstos para a consolidação da empresa.
“À CT da MEO, dado ser esta uma das empresas do universo Altice Portugal, interessará avaliar que ‘remédios’ a administração estará a considerar para o futuro, na medida em que a solvabilidade da empresa e a manutenção dos milhares de postos de trabalho não poderão estar em causa”, lê-se no comunicado.
A CT, que reitera a posição e argumentos assumidos num comunicado anterior, aproveita também deixar uma palavra aos sindicatos, apelando para que juntem esforços e que participem numa mesa-redonda que agendou para o dia 09 de agosto.
“Não é altura de continuarem a digladiar-se em público, nem de combaterem sem juntar forças, ou de insistirem em ignorar a Comissão de Trabalhadores”, refere a CT nas palavras que dirige aos sindicatos, considerando que com este tipo de “posturas, todos” perdem, “nomeadamente os trabalhadores” que aqueles representam.
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Tal como já tinha referido num comunicado anterior, a CT assinala que quer saber quais as razões e consequências da alegada culpabilidade dos trabalhadores suspensos de funções ou de licença visados na auditoria interna a compras aos fornecedores, bem como que “tipo de ações pretende a empresa aplicar a esses e essas trabalhadores/as, provando-se dolo e/ou negligência”.
A CT refere ainda que, na sequência da “Operação Picoas”, fez pedidos de reunião com urgência à CEO, lamentando que esta apenas tenha demonstrado disponibilidade para tal em setembro, bem como ao ministro das Infraestruturas, adiantando que João Galamba recebeu o seu secretariado em 26 de julho.
A “operação Picoas”, desencadeada em 13 de julho, levou a várias detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP).
Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
Em causa, alegadamente, está uma “viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.
As autoridades consideram que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.
Em 2 de junho de 2015, a Altice concluiu a compra da PT Portugal.
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