Os CTT querem contratar 150 trabalhadores até ao final do ano para reforçar a área operacional com mais carteiros e profissionais para as estações. Os Correios já comunicaram esta intenção aos sindicatos no âmbito das negociações salariais, que encerraram sem acordo.
Em agosto os mais de 12 mil trabalhadores vão ter aumentos entre 0,8% e 1%, com uma subida mínima de 10 euros, determinou a empresa por “ato de gestão”. Valores acima da proposta inicial de 0,3% e 0,4% que os CTT levaram para a mesa de negociações, mas aquém das intenções dos sindicatos. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTC) pretendia aumentos entre 4% (nos ordenados até 1926 brutos) e 3% (nos valores acima desse valor), com um mínimo de 40 euros para salários até 683 euros e de 30 euros em remunerações superiores a esse montante. Já o Sindetelco pretendia uma subida de 3% nos salários, diuturnidades e subsídio de refeição, com um mínimo de 30 euros.
“A empresa irá aplicar aumentos salariais ao vencimento base dos colaboradores no processamento do próximo mês de agosto e com efeitos retroativos a 1 de janeiro do corrente ano”, revelou fonte oficial do operador postal. Os aumentos são variáveis consoante o escalão salarial: de 1% para salários até 1296,54 euros; de 0,9% para renumerações de 1296,55 euros até 1926,65 euros; e de 0,8% no caso de salários a partir de 1926,66 euros até 2821,10 euros.
“É garantido um aumento mínimo de 10 euros, o que para um salário de 612 euros se traduz num aumento de 1,6%”, realça fonte oficial dos CTT. O operador postal também descongelou a componente variável do salário, determinado no âmbito do plano de reestruturação da empresa conhecido em finais de 2017.
Uma medida com impacto nos custos de pessoal. Com os 12599 trabalhadores até final de junho, os CTT registaram, no primeiro semestre, custos com pessoal de 169,8 milhões (-0,4%). “Tendo em conta o efeito combinado das progressões na carreira e dinâmica de diuturnidades (com estes aumentos) regista-se um crescimento de 2% no crescimento da massa salarial. Este é o quinto ano consecutivo de aumento dos vencimentos base na empresa, tendo-se registado, nos últimos quatro anos, um crescimento médio de 1,23% acima da inflação média”. Os aumentos deste ano são, todavia, inferiores aos acordados em 2018 com os sindicatos que oscilavam entre os 1,1% e o 1,3%.
Os Correios vão ainda este ano reforçar os seus quadros com mais 150 colaboradores, dirigidos essencialmente à área operacional. Até junho, esta área tinha 6027 trabalhadores, dos quais 4410 carteiros e 2574 na rede de estações, representando 78% dos mais de 12 mil trabalhadores da companhia.
“Até ao final do corrente ano, serão admitidos nos quadros da empresa mais 100 carteiros e mais 50 técnicos de negócio e gestão (trabalhadores para as Lojas CTT)”, de acordo com fonte oficial. “Com esta decisão, o número de admissões totaliza 187 carteiros e 127 técnicos de negócio e gestão, num total de 314 colaboradores nos últimos dois anos.” Entre 2017 e 2019, no âmbito do plano de reestruturação saíram dos Correios 513 trabalhadores, dos quais 102 só este ano.
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