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Na tarde de 3 de agosto de 2018, o vírus SamSam, da categoria dos ransomware, em que os computadores são bloqueados e é pedido um resgate para os libertar, entrou no sistema informático dos hospitais da CUF, através de uma pen USB e foi ativado por um email de spam. O vírus bloqueou uma das maiores redes privadas de saúde nacional, obrigando os funcionários a voltar a usar ficheiros em papel. Os dados dos pacientes não foram comprometidos, mas levou a repensar a questão da segurança informática.
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Aqui começa um processo que tornou o Grupo CUF Portugal, por onde passam um milhão de pacientes por ano e onde trabalham 10 mil pessoas, um case study da Google Cloud a nível internacional. “Avaliei todas as empresas de cloud para ver qual era a mais segura na área da saúde”, conta José Manuel Vera, chief information officer (CIO) da CUF, sobre o processo de escolha de ferramentas de produtividade e colaboração baseadas na cloud. “A nossa pesquisa mostrou que a Google Cloud tinha um dos sistemas de segurança mais robustos. É por isso que escolhemos trabalhar com a Google Cloud, Google Workspace e o sistema operativo Google Chrome.”
Em março de 2019, a CUF iniciou um processo de migração para a solução empresarial Google Workspace e em cinco meses a integração estava completa. O processo mais moroso foi o de adaptação dos colaboradores a um posto de trabalho mais moderno e híbrido, puramente na cloud, usando 12 mil Chromebooks, o Chrome e apps como o Gmail, Docs, Drive, Calendário e o Meet.
“O processo que chamamos de change management [gestão da mudança] é algo cultural. As pessoas neste caso estão habituadas a trabalhar de uma determinada forma e, depois, na prática, deixaram de ter as suas próprias aplicações, deixaram de ter ficheiros no computador”, explica Nuno Viera da Silva, head of Google cloud em Portugal.
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“Uma vantagem, por exemplo, no caso da CUF, que tem serviços 24/7, é que se houver uma avaria num computador, podemos “logar-nos” noutra máquina e ficamos com o mesmo ambiente [de trabalho] e não perdemos absolutamente nada. Só isto veio trazer muito mais agilidade e algumas horas de eficiência às equipas de IT”. Os custos da força de trabalho em IT caíram para um sexto do habitual e os pedidos de assistência interna diminuíram dramaticamente. “Olhando em retrospetiva, já ninguém queria voltar atrás”, remata.
Quando em abril de 2020 se dá o primeiro lockdown em Portugal para tentar travar a pandemia de covid-19, a CUF estava preparada para ter os funcionários em teletrabalho com acesso à cloud – e níveis distintos de acesso aos dados – e para fazer teleconsultas através do Meet, tendo realizado até hoje mais de 120 mil.
Para a CUF, esta solução revelava-se segura e ágil. E ao mesmo tempo sustentável, uma vez que, por exemplo, através de machine learning é possível aumentar a eficiência de 30 a 40% nos data centers, poupando energia. Até mesmo os Chromebooks usados têm menor consumo.
O próximo passo, explica José Manuel Vera, é “poder analisar os dados recolhidos para otimizar os nossos processos e garantir que as salas de cirurgia e os dispendiosos equipamentos clínicos estejam em uso a maior parte do tempo e melhore o fluxo de consultas”.
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