Um gastrobar com sabor a Portugal e um restaurante de luxo são as apostas para este ano da chef, “cada vez mais empresária”, Marlene Vieira. Além do investimento de perto de um milhão de euros, a cozinheira da Maia vai contratar 30 pessoas neste ano.
“Temos 52 pessoas e vamos aumentar para mais de 80 em 2020”, anuncia Marlene Vieira enquanto se ouvem as máquinas a concluir as obras na cozinha, que tem janelas redondas e mais parece um navio.
Tudo aponta para que os dois novos espaços da empresária sejam abertos até ao final do primeiro trimestre, num edifício junto ao terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, em Lisboa.
“Quando me apresentaram este espaço, com 550 metros quadrados no interior, imaginei que um único restaurante me faria lembrar espaços gigantes. Não estaria muito para aí virada. Foi por isso que criei dois novos conceitos”, em parceria com o chef pasteleiro Lucas Arguelles e com o cozinheiro Mário Cruz.
O gastrobar vai abrir até ao final de fevereiro e “vai ser um sítio de convívio bem português”, em que “há pratos partilhados, feitos com muita qualidade e de uma forma descontraída”. O gastrobar ZumZum vai funcionar entre o meio-dia e a meia-noite (até às 02.00 às sextas e sábados).

Chef Marlene Vieira na cozinha onde vai abrir os seus novos restaurantes junto ao Terminal de Cruzeiros de Lisboa. (Filipe Amorim / Global Imagens)
Dentro deste espaço, vai haver o primeiro dessert bar de Portugal. “As pessoas vão poder apreciar como são finalizadas as coisas pelo pasteleiro. Vai haver algum espetáculo, com gelo seco, nitrogénio líquido (para fazer um gelado em cinco minutos) e mesmo espuma. É um menu de desgustação: a pessoa chega e come cinco ou seis sobremesas.”
O ZumZum vai ainda contar com uma loja de venda de produtos portugueses “ligados às regiões demarcadas de vinho”.
Restaurante para Michelin
No mesmo edifício, Marlene Vieira também vai lançar um restaurante de luxo, só para jantares. “Terá espaço para apenas 30 pessoas: é um restaurante de luxo contemporâneo com comida portuguesa. Aqui, há uma degustação fixa, em que o cliente se entrega nas mãos do staff.” A abertura está marcada para março.
A prazo, a chef quer que este espaço entre nos guias internacionais. “Obviamente, queremos ter uma estrela Michelin mas não andaremos obcecados por isso.”
Antes disso, a empresária – que gere a empresa familiar com o marido – já obteve, nos últimos quatro anos, o estatuto de PME líder e de PME excelência, o que “nos dá acesso a juros mais baixos e a tesouraria”.
Graças a isso, Marlene Vieira também vai poder mudar para Santa Apolónia a cozinha de apoio do restaurante explorado no Mercado da Ribeira e que só no ano passado faturou 3,5 milhões de euros.
A completar 40 anos, Marlene Vieira prepara-se para lançar mais um livro e voltar a passar mais tempo entre tachos e panelas. “Como a minha filha vai fazer 5 anos e já não precisa tanto de mim – pode ficar com os avós -, vou estar muito mais vezes na cozinha, aos almoços e aos jantares.”
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