A Fricon, especialista no fabrico de equipamentos de refrigeração, conservação e congelação, já definiu a estratégia de internacionalização para 2019. O foco está apontado para os mercados dos EUA, da Austrália, da Arábia Saudita, da Alemanha, de França e do México. A empresa já exporta para 110+1 países, como gosta de dizer Isabel Azevedo, administradora e acionista, para contornar a capicua. Mas o objetivo é continuar a crescer e, para isso, apostar em “mercados mais populosos”.
As duas fábricas de Vila do Conde são o grande motor exportador da Fricon. É a partir deste concelho que a empresa tem conquistado o mundo. Segundo Isabel Azevedo, 85% dos 21 milhões de euros que registou no ano passado de volume de negócios (valores consolidados com a operação comercial em Espanha) devem-se a vendas ao exterior.
As sinergias estão concentradas nos equipamentos de frio para os supermercados, que valem 80% do negócio, avança Hércules Zurita, diretor da empresa. Jerónimo Martins, Sonae, Intermarché, E. Leclerc, Danone, Dia, Unilever e, mais recentemente, Prozis são alguns dos muitos clientes da Fricon. Como sublinha Isabel Azevedo a título de exemplo, a Fricon “é fornecedora exclusiva da Jerónimo Martins em Portugal, Colômbia e Polónia”.
Para garantir a satisfação dos clientes, a empresa assenta a sua estratégia na qualidade, disponibilidade de stock e preço, a que alia um cuidado apurado no serviço pós-venda. Como frisa Hércules Zurita, a Fricon desenvolve internamente “soluções para colmatar as necessidades do mercado do retail” e tem em conta “as regras de proteção ambiental e os custos de energia”. Afinal, diz, “o frio representa 30% das despesas de um ponto de venda”.
A alteração dos conceitos dos supermercados, que nos últimos anos têm investido em lojas de menor dimensão e mais próximas do consumidor, implicou também um ajuste da oferta da Fricon. A empresa produz agora módulos verticais e horizontais de menor porte, sendo que são unidades isoladas, que se ligam a uma ficha elétrica comum. Esta modalidade tem várias vantagens: não carece de uma zona de frio remoto para alimentar todo o linear e, em caso de avaria, cada equipamento é um caso. “O frio remoto pode significar 28 metros de problemas ao invés de 2,2 metros”, frisa o responsável.
Confiança no Brasil
O grupo português, detido a 100% pela família Azevedo, tem uma unidade produtiva em Pernambuco, Brasil, desde 1996 e, apesar das convulsões económicas e políticas deste mercado, a confiança mantém-se. Esta fábrica trabalha essencialmente para responder a dois grandes segmentos de consumo: as bebidas e os gelados. No ano passado, a empresa brasileira faturou cerca de 80 milhões de euros, com a exportação a valer apenas 10%.
Segundo Hércules Zurita, só há cerca de cinco anos é que se iniciou um processo de internacionalização da atividade no Brasil, apostando nos mercados da América Central e Sul. Ainda assim, sublinha, a grande fatia das exportações parte de Vila do Conde, porque todo o processo de transporte é mais económico.
A Fricon emprega mais de mil pessoas (250 em Portugal e 750 no Brasil).
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