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“O tema da sustentabilidade é fundamental para as empresas, nomeadamente a questão da energia”, afirmou Pedro Barreto, administrador no BPI, na apresentação da assinatura entre o banco e a Galp Solar, que define condições especiais para os clientes empresariais que queiram adquirir soluções de produção de energia (solar) descentralizada. Segundo o executivo o grande objetivo do protocolo é precisamente o de conseguir ajudar as empresas portuguesas nesta nova fase, acrescentando que o processo “foi muito competitivo” e que a Galp apresentou uma proposta muito interessante “para ambas as partes”.
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O contrato tem a duração de 18 meses – em vigor até junho do próximo ano – sendo renovável automaticamente. E os objetivos a alcançar já estão definidos. Como referiu ao Dinheiro Vivo Alfonso Ortal Sevilla, CEO da Galp Solar, pretende-se, nesse período, alcançar 200 mil empresas com um investimento médio de 50 mil euros. Sendo que, acrescentou a taxa de juro associada será de 1%.
50 mil euros de investimento (médio) poderá parecer um valor elevado, se pensarmos numa microempresa, mas o executivo da Galp reconheceu que o valor do investimento poderá ser inferior e que os clientes do BPI terão acesso a 7% de desconto. A isto Teresa Abecasis, Executive Board Member da Galp acrescentou que o retorno é relativamente rápido. E com o aumento do preço da energia o prazo tende a encurtar. A executiva afirmou que há investimentos que demoram apenas três anos a obter o retorno.
Questionada sobre as vantagens para os clientes do BPI Teresa Abecassis mencionou a poupança como um grande aliciante. E lembrou que os clientes da Galp Solar pouparam, no último ano, cinco milhões de euros. “Uma PME que tenha uma fatura média de 10 mil euros poupou 3.600 euros”, algo que a executiva considera ser relevante para as empresas. Sem esquecer que se trata de uma solução verde, que poupa emissões de CO2. “No ano passado os clientes da Galp Solar pouparam 7.200 toneladas de CO2” que não foram emitidos para a atmosfera.
Teresa Abecasis aproveitou para apontar a importância da produção descentralizada de energia solar para a descarbonização da energia. A executiva considera que “é entusiasmante estar neste projeto”, tanto mais que a Galp “está nas energias renováveis há muito tempo”. Por outro lado, “mudam-se os tempos, mudam-se os tipos de energia”, mas a vontade de apresentar as melhores e mais competitivas soluções mantém-se.
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Investimentos Galp
“Estamos cada vez mais conscientes das alterações climáticas e de todas as empresas se posicionarem e de mostrarem aos seus clientes e consumidores que estão a fazer algo para ter um impacto positivo no mundo”, afirmou Teresa Abecasis, acrescentando que a empresa estabeleceu como objetivo até 2050 a descarbonização total. A prova, afirma, é que, hoje, mais de metade dos investimentos da empresa são alocados às energias verdes e energias renováveis. “Desde 2020 temos investimentos de 3.000 milhões de euros já colocados”, o que colocou a Galp numa boa posição no mercado ibérico, no que concerne à produção de energia solar. “Temos uma capacidade de 3GW instalada em produção, e um pipeline de 9,6GW entre Espanha, Portugal e Brasil”, o que coloca a Galp “como um player relevante neste mercado”.
Mas a empresa não aposta apenas na energia solar. Como lembrou a Executive Board Member da Galp, a empresa aposta este ano nos primeiros projetos de hidrogénio verde, na refinaria de Sines, “que claramente será um hub de energias verdes”. Mesmo com todos estes projetos “temos a ambição de ir mais longe e construir em Portugal uma cadeia de valor de baterias de lítio, fundamentais para a descarbonização dos transportes de passageiros”, através dos veículos elétricos. Projeto que, segundo Teresa Abecasis, tem a ambição de, numa primeira fase, alimentar 700 mil carros por ano com baterias de lítio.
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