//DIA fecha Clarel. “Quereremos concentrar recursos no que dominamos a 100%: a distribuição alimentar”

DIA fecha Clarel. “Quereremos concentrar recursos no que dominamos a 100%: a distribuição alimentar”

Cerca de sete anos depois de chegar ao país a Clarel fecha portas. Quarenta e uma das 71 lojas fecham imediatamente, com 12 a se transformar em Minipreço, outros nove a servir de retaguarda para a operação online do grupo. Até escoar o stock, nove mantêm as portas abertas, depois poderão se transformar em supermercados ou dark stores para o online do Minipreço, admite Miguel Guinea, CEO do DIA Portugal, em entrevista ao Dinheiro Vivo.

A decisão não afeta os colaboradores das lojas que serão integrados no Minipreço, diz o responsável em Portugal do grupo retalhista espanhol.

Em setembro, em entrevista ao Dinheiro Vivo, dizia que os números da Clarel Portugal eram “positivos”, que a cadeia beneficiava do aumento da procura de produtos de higiene durante a pandemia. “O potencial de crescimento nas grandes cidades é imenso e estamos numa fase onde o foco é detetar oportunidades que estão a surgir para aumentar lojas ou para mudar para melhores localizações”. Agora o grupo decidiu descontinuar a Clarel em Portugal. O que mudou desde então? Porque esta decisão?

Esta decisão prende-se, única e exclusivamente com o facto de quereremos concentrar os nossos recursos naquilo que dominamos a 100%, a distribuição alimentar. O negócio Clarel apresenta crescimentos like-for-like positivos mas sentimos que é na distribuição alimentar que somos especialistas em Portugal e onde temos um histórico de serviço à comunidade que, mais do que nunca, importa preservar, consolidar e intensificar. Temos uma missão para com os nossos clientes numa fase que ainda é muito difícil e de futuro incerto. Vamos continuar a alimentar Portugal com reforço da insígnia Minipreço para que possamos estar ainda mais próximos das comunidades que servimos diariamente.

Das 71 lojas, 41 encerram imediatamente, 12 convertem-se em Minipreço, 9 vão apoiar o comércio online e outras 9 mantêm-se abertas para escoar stocks. Como chegaram a estes números? Que impacto estes encerramentos podem ter na operação? E ao nível dos colaboradores?

Fizemos uma análise da cobertura geográfica da insígnia Clarel e as decisões tomadas estiveram relacionadas com os rácios de penetração da insígnia Minipreço nas localidades que servimos. É fundamental colocarmos a oferta Minipreço em zonas ainda não cobertas, reforçar a capacidade de resposta no online nas zonas cobertas pela nossa plataforma minipreco.pt e preparar outras geografias para onde queremos crescer e passar a ter essa possibilidade. A análise que fizemos permite salvaguardar todos os postos de trabalho da insígnia Clarel que transitam para as lojas Minipreço criadas ou para as dark stores abertas.